Sobre formas de pensamento.
Eu me lembro bem de onde os comprei, embora não me lembre exatamente quando. Foi ao cair da noite quando, saindo do apartamento que tínhamos em Guarapari, encontrei-os espalhados no saguão de um edifício comercial, na Praia do Morro. Uma série de pequenos livros chamados de A Essência da sabedoria dos grandes gênios de todos os tempos. Selecionei quatro: A Essência da Intuição/da Palavra/da Mente/da Visualização. Nunca os li, certamente os folheei. É o que faço novamente, agora que estou fazendo o inventário de meus livros para selecioná-los – alguns serão descartados, esses já estão na lista.
Os livros são descartáveis principalmente agora que basta digitar no Google e encontraremos tudo o que quisermos e aquela noite nada teve de especial: então por que me recordo dela com precisão? Eu me vejo parada folheando-os, escolhendo-os e comprando-os. Chego a ver a lua e o mar revolto, chego a sentir a brisa em meu corpo e o cheiro que vinha da praia.O interessante é como me lembro desse fato: não é com palavras, mas com um quadro mental. É a imagem que me vem à mente, a cena.
Em um desses livrinhos leio um artigo: Como criar os quadros mentais, de Claude M. Bristol. Eu nunca havia pensado nisso – que os quadros mentais precedem as palavras. Segundo o autor, sempre pensamos assim, através de imagens, o que coloca o funcionamento de nosso em pé de igualdade com o funcionamento do Homem Primitivo. E, para provar isso ele propõe uma experiência convidando o leitor a pensar em um acontecimento ocorrido hoje – e eu, curiosa que sou, logo me vi em algumas situações não tão corriqueiras que providenciaram essa lembrança – através de quadros mentais. E assim foi que vi em situações tais como conversar com um amigo em minha Fábrica de Pães, tentar comprar remédios através da Farmácia Popular, encontrar-me com uma amiga na rua... Só que para contar isso para alguém eu vou precisar da linguagem – falada ou escrita. E o meu interlocutor/leitor para compreender o que eu lhe contar vai precisar fazer o processamento no sentido inverso – vai ler/ouvir e formar seus próprios quadros mentais.
De tudo isso é possível concluir a importância da palavra, seja ela escrita ou falada, como a grande colaboradora do desenvolvimento do ser humano. Sem ela o conhecimento estaria restrito dentro de muitas mentes e o mundo certamente teria evoluído menos.
E tendo dito e escrito paro por aqui e vou tentar dormir, sonhando certamente através de quadros mentais. Mas se quiser me lembrar do sonho um dia, terei que traduzí-lo através das palavras.
Eu me lembro bem de onde os comprei, embora não me lembre exatamente quando. Foi ao cair da noite quando, saindo do apartamento que tínhamos em Guarapari, encontrei-os espalhados no saguão de um edifício comercial, na Praia do Morro. Uma série de pequenos livros chamados de A Essência da sabedoria dos grandes gênios de todos os tempos. Selecionei quatro: A Essência da Intuição/da Palavra/da Mente/da Visualização. Nunca os li, certamente os folheei. É o que faço novamente, agora que estou fazendo o inventário de meus livros para selecioná-los – alguns serão descartados, esses já estão na lista.
Os livros são descartáveis principalmente agora que basta digitar no Google e encontraremos tudo o que quisermos e aquela noite nada teve de especial: então por que me recordo dela com precisão? Eu me vejo parada folheando-os, escolhendo-os e comprando-os. Chego a ver a lua e o mar revolto, chego a sentir a brisa em meu corpo e o cheiro que vinha da praia.O interessante é como me lembro desse fato: não é com palavras, mas com um quadro mental. É a imagem que me vem à mente, a cena.
Em um desses livrinhos leio um artigo: Como criar os quadros mentais, de Claude M. Bristol. Eu nunca havia pensado nisso – que os quadros mentais precedem as palavras. Segundo o autor, sempre pensamos assim, através de imagens, o que coloca o funcionamento de nosso em pé de igualdade com o funcionamento do Homem Primitivo. E, para provar isso ele propõe uma experiência convidando o leitor a pensar em um acontecimento ocorrido hoje – e eu, curiosa que sou, logo me vi em algumas situações não tão corriqueiras que providenciaram essa lembrança – através de quadros mentais. E assim foi que vi em situações tais como conversar com um amigo em minha Fábrica de Pães, tentar comprar remédios através da Farmácia Popular, encontrar-me com uma amiga na rua... Só que para contar isso para alguém eu vou precisar da linguagem – falada ou escrita. E o meu interlocutor/leitor para compreender o que eu lhe contar vai precisar fazer o processamento no sentido inverso – vai ler/ouvir e formar seus próprios quadros mentais.
De tudo isso é possível concluir a importância da palavra, seja ela escrita ou falada, como a grande colaboradora do desenvolvimento do ser humano. Sem ela o conhecimento estaria restrito dentro de muitas mentes e o mundo certamente teria evoluído menos.
E tendo dito e escrito paro por aqui e vou tentar dormir, sonhando certamente através de quadros mentais. Mas se quiser me lembrar do sonho um dia, terei que traduzí-lo através das palavras.