SENHORA DO MEU TEMPO!
(Texto premiado com Taça Ouro na 22ª Rodada do Blog BVIW Tecendo Letras)
“Acabe logo com isso”, ordenou em tom de ameaça. Justo eu, que não costumo agir sob pressão! Como acabar logo, se mal estava começando? E ainda tinha outras tarefas a executar, além da crônica inacabada, cujo rascunho ficou sobre a escrivaninha.
Adiantei meu trabalho o quanto pude e ele me olhando sem paciência, insensível como todo algoz!
Quisera eu mandá-lo às favas e fazer tudo a meu bel prazer, ignorando sua existência. Anos a fio me “torrando a paciência” e eu ali, agüentando firme! Tá certo que nem sempre me calei. Algumas vezes reagi, taxei-o de implacável, tirano, déspota, incapaz de voltar atrás. Mas ele fazia “ouvidos de mercador” e continuava à minha espreita, sem dar trégua!
“Ainda está aí?” “Não percebe que está atrasada?” “Já são 9 horas!” Haja paciência! Como não ficar estressada diante de tanta pressão? Um dia ainda digo basta e acabo com essa história! Meu instinto libertário ansiava por isso!
Numa segunda feira daquelas “brabas”, eis que o dito cujo veio apitar na minha idéia! Foi demais para mim! Era ele ou eu! Estávamos no limite do suportável e diante do fim de um dos dois, que fosse ele! Não pensei duas vezes: peguei o despertador que estava sobre o criado mudo, abri a janela e o atirei longe! Pronto! Meu objeto de tortura diária espatifou janela abaixo! Agora, posso dizer que sou senhora do meu tempo!
By Angela Ramalho
Imagem Google
http://naosoupatriciamassoupoeta.blogspot.com
(Texto premiado com Taça Ouro na 22ª Rodada do Blog BVIW Tecendo Letras)
“Acabe logo com isso”, ordenou em tom de ameaça. Justo eu, que não costumo agir sob pressão! Como acabar logo, se mal estava começando? E ainda tinha outras tarefas a executar, além da crônica inacabada, cujo rascunho ficou sobre a escrivaninha.
Adiantei meu trabalho o quanto pude e ele me olhando sem paciência, insensível como todo algoz!
Quisera eu mandá-lo às favas e fazer tudo a meu bel prazer, ignorando sua existência. Anos a fio me “torrando a paciência” e eu ali, agüentando firme! Tá certo que nem sempre me calei. Algumas vezes reagi, taxei-o de implacável, tirano, déspota, incapaz de voltar atrás. Mas ele fazia “ouvidos de mercador” e continuava à minha espreita, sem dar trégua!
“Ainda está aí?” “Não percebe que está atrasada?” “Já são 9 horas!” Haja paciência! Como não ficar estressada diante de tanta pressão? Um dia ainda digo basta e acabo com essa história! Meu instinto libertário ansiava por isso!
Numa segunda feira daquelas “brabas”, eis que o dito cujo veio apitar na minha idéia! Foi demais para mim! Era ele ou eu! Estávamos no limite do suportável e diante do fim de um dos dois, que fosse ele! Não pensei duas vezes: peguei o despertador que estava sobre o criado mudo, abri a janela e o atirei longe! Pronto! Meu objeto de tortura diária espatifou janela abaixo! Agora, posso dizer que sou senhora do meu tempo!
By Angela Ramalho
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