Desenvolvimento Econômico e Felicidade
Faz exatos 241 dias que estou morando aqui em Uberaba e a cada dia que passa sinto mais vontade de voltar para casa. Mesmo sabendo que “em casa” não serei mais feliz do que aqui. Porém, entre escolher estar infeliz num lugar estranho ou perto dos seus, é preferível que estejamos perto de casa. Além disso, sinto um desejo imensurável de me sentir em casa de ver rostos conhecidos na rua.
Ainda que eu saiba que Itabuna esteja muito atrás de Uberaba no quesito desenvolvimento econômico e humano; ainda que a qualidade de vida das pessoas aqui seja bem superior à de lá; que os índices de violência de lá sejam espantosamente maiores que os daqui.
No entanto, desenvolvimento econômico é um conceito equivocado quando o empregamos como medida de felicidade. Ou seja, um país, estado ou cidade desenvolvida economicamente não tem necessariamente uma população feliz, porque a felicidade depende da conjugação de vários fatores externos e principalmente internos, acredito.
Outro erro gritante é achar que o desenvolvimento econômico é a solução para toda a infelicidade humana e não é. Por exemplo, ter dinheiro especificamente não deixa as pessoas mais felizes. Isso pode até vir a acontecer por algum tempo e superficialmente, mas ao longo de uma vida ninguém será mais feliz só por ter dinheiro.
Tomando como exemplo comparativo as cidades de Itabuna e Uberaba: as pessoas em Uberaba não são mais felizes do que as de Itabuna, mesmo sendo mais “ricas”. Lido com vários tipos de pessoas todos os dias e percebo o quanto elas são vazias, mal-humoradas e consequentemente, infelizes. Observo-as no ônibus e vejo seus semblantes “fechados”, sérios. Ora, se desenvolvimento econômico, que significa maior renda, mais dinheiro, trás mais felicidade, como querem que acreditemos, onde está a felicidade das pessoas de Uberaba?