Grafoterapia
Na medida do possível, sempre procurei apaziguar malquerenças, ser solidário e fraterno. Se em alguns momentos não consigo amizades, ter inimigos não está em meus planos. Quando estou feliz, quero partilhar, mas se a adversidade me atinge, claro, sempre atinge, pois a situação econômica do país não permite a imunidade, compreendo a dor dos outros.Baseado nestas nuances da vida comecei a jogar no papel meus momentos alegres e tristes, uma espécie de grafoterapia. Não sei se alguém cunhou esta palavra, no Aurélio não consta. Uma das riquezas da língua portuguesa é esta: nos permitir articular palavras novas.
Entendo, que uma boa terapia é jogar no papel as emoções, sentimentos e frustrações. Leiam quem quiser. Dizem que houve um jornalista, que começou a ter sonhos esquisitos e pensou estar enlouquecendo. Foi ao psiquiatra e este fez a seguinte sugestão: “escreva todos os seus sonhos”. E estes sonhos foram transformados em livros de aventuras, mais tarde transportados para o cinema. Falo da famosa série de James Bond, o 007.
Fazer um diário ou apontamentos é uma forma de terapia, que contribui para desvencilharmos dos grilhões opressores e vencermos os temores irracionais, para enfrentarmos a realidade da vida, sem medo da morte.
A priori não pretendemos transformar nossa grafoterapia em literatura, nem cintilarmos em néons dos cartazes cinematográficos, apenas praticarmos uma sugestão da ciência. Para os que não podem consultar psicólogos, este método pode ser um paliativo substancial. Não devemos acumular tensões, nem fazer dos amigos muros de lamentações, então, coloquemos no papel. Não devemos procurar subterfúgios nas bebidas alcoólicas ou em drogas. Coloquemos no papel nossas agruras.
Assim fizeram muitos escritores, ajudando a si e a milhões de pessoas.