Na hora da fruta
Ontem, Ana, uma amiga professora, viveu grande momento. Havia ligado para a casa dos Veríssimos e solicitado, em nome da biblioteca do colégio, doações de livros do Luis Fernando, que os alunos gostam muito, mas não encontram exemplares suficientes nas prateleiras. Falou com Lúcia, a dona da casa, que se mostrou comunicativa, simpática e querida, como se fossem amigas de infância.
Sua resposta foi: “é claro, pode vir buscar! Temos vários”. Combinaram que Ana passaria lá pelo final da tarde. Minha amiga conseguiu carona para buscar o tesouro, não no fim, mas no início da tarde, quando chegou à casa de Veríssimo, acompanhada pelo “motorista”, marido de sua colega e o filho do casal, de onze anos.
Antecipado o horário da visita, encontraram a família ainda à mesa. Isto não foi obstáculo para que Lúcia mostrasse às professoras e ao menino, o gabinete onde o sogro trabalhou por anos e anos, o gabinete onde Luis Fernando trabalha e o restante do belo casarão a atiçar a imaginação com suas memórias. Cheia de pátios com plantas e silêncio, o casarão, que já foi de Érico Veríssimo, encantou a minha amiga. Já a outra professora, fã de Luís Fernando, não resistiu: “Ah! Eu trouxe a máquina para tirar uma foto com ele!”. Chamaram o escritor para a sala, que se deixou timidamente fotografar. Aí a tiete soltou mais uma: “Depois do dia do meu casamento e do nascimento do meu filho, este é a terceira grande emoçao da minha vida!” Disse-lhe que, se eu estivesse junto, talvez fizesse uma declaração semelhante. Ela crê que não.
Na saída, agradeceu a fortuna literária, que consistiu em exemplares de quase todas as obras de Érico Veríssimo e de Luis Fernando Veríssimo, e se desculpou mais uma vez por ter chegado justamente na hora do almoço, ao que Lúcia respondeu: “Não foi nada! Já havíamos terminado. Estávamos na hora da fruta”.
Quanto a mim, estou considerando se perdoo à amiga, por não ter me chamado para participar desta busca ao tesouro.
Ontem, Ana, uma amiga professora, viveu grande momento. Havia ligado para a casa dos Veríssimos e solicitado, em nome da biblioteca do colégio, doações de livros do Luis Fernando, que os alunos gostam muito, mas não encontram exemplares suficientes nas prateleiras. Falou com Lúcia, a dona da casa, que se mostrou comunicativa, simpática e querida, como se fossem amigas de infância.
Sua resposta foi: “é claro, pode vir buscar! Temos vários”. Combinaram que Ana passaria lá pelo final da tarde. Minha amiga conseguiu carona para buscar o tesouro, não no fim, mas no início da tarde, quando chegou à casa de Veríssimo, acompanhada pelo “motorista”, marido de sua colega e o filho do casal, de onze anos.
Antecipado o horário da visita, encontraram a família ainda à mesa. Isto não foi obstáculo para que Lúcia mostrasse às professoras e ao menino, o gabinete onde o sogro trabalhou por anos e anos, o gabinete onde Luis Fernando trabalha e o restante do belo casarão a atiçar a imaginação com suas memórias. Cheia de pátios com plantas e silêncio, o casarão, que já foi de Érico Veríssimo, encantou a minha amiga. Já a outra professora, fã de Luís Fernando, não resistiu: “Ah! Eu trouxe a máquina para tirar uma foto com ele!”. Chamaram o escritor para a sala, que se deixou timidamente fotografar. Aí a tiete soltou mais uma: “Depois do dia do meu casamento e do nascimento do meu filho, este é a terceira grande emoçao da minha vida!” Disse-lhe que, se eu estivesse junto, talvez fizesse uma declaração semelhante. Ela crê que não.
Na saída, agradeceu a fortuna literária, que consistiu em exemplares de quase todas as obras de Érico Veríssimo e de Luis Fernando Veríssimo, e se desculpou mais uma vez por ter chegado justamente na hora do almoço, ao que Lúcia respondeu: “Não foi nada! Já havíamos terminado. Estávamos na hora da fruta”.
Quanto a mim, estou considerando se perdoo à amiga, por não ter me chamado para participar desta busca ao tesouro.