Palavras lindas
Não sendo perfeito, gostaria também de ser competente o suficiente para redigir textos onde as palavras parecessem ter vida própria, parecessem fluir em sentido, em força e em vida, impactando a mente de quem as lê. Sei que estou longe de ser esta pessoa. Leio, de inúmeros poetas, muito especialmente neste recanto, textos que me fazem flutuar, tão belas que são suas composições. Várias são as vezes que mesmo não concordando com a essência do texto, me vejo banhado pela beleza e pela arte que simples letras e palavras podem alcançar, nas mãos de artífices do texto. Admiro de verdadeira emoção aqueles poetas que sabem compor textos com uma maestria que os torna graciosos de serem lidos, instigantes de serem percorridos até o final e motivadores de nossa objetividade mental e de nossa subjetividade de raciocínio.
Não sendo assim um verdadeiro poeta, tenho por princípio escrever exatamente o que sinto, alias é a única coisa que me sobra uma vez que me faltam competência e arte. Saibam todos que sinto certa aversão a palavras vazias, que ecoam no vazio semântico e se perdem como poeira no árido deserto das mensagens sem motivo ou razão.
No geral sou alérgico a palavras sem sentido, a sentidos sem utilidades e a utilidades sem direção. Sei que não sou poético no sentido da beleza semântica, da perfeição de estrutura e de composição. Sei que não sou “lírico” no que escrevo. Creio que no fundo minhas composições sejam meio brutas, no sentido de não possuírem requinte de acabamento ou plasticidade de composição, mas escrevo o que gostaria de falar a todos.
Escrevo exatamente o que sinto, busco não filtrar meus sentimentos, uma vez que é o pouco que me resta na tentativa de escrever algo. Cada texto meu sai praticamente em uma única corrida, me deixando livre para escrever exatamente o que desejo passar. Diversas vezes sinto minha caneta sendo mais inteligente do que eu, ela assume vida própria e se coloca a escrever palavra atrás de palavra, frase após frase, até que por fim se nega a continuar, sendo esta a hora de terminar meu texto.
Tenham todos a certeza que em momento algum tenho por intenção ofender, menosprezar ou ridicularizar seres humanos, acreditem estes ou não, no que acredito, compactuem estes ou não, com o que busco e com o que entendo ser a vida. Se algum texto pareceu grosseiro, faltou-me foi a capacidade poética para dizer a mesma coisa de forma mais doce, bela e suave, sem perder sua verdade intrínseca.
Sou por definição avesso a dogmas, tenho minhas restrições as religiões, tenho minhas contrariedades ao capitalismo liberal, sou revoltado no sentido da revolta que me move a procura da dignidade social e coletiva, sou amante da vida biológica em toas as suas nuances, amo todos os humanos e a liberdade de expressassem suas idéias, amo-os pelo menos por serem humanos, e principalmente respeito-os pela mesma razão que espero ser também respeitado, compartilhem eles com minhas crenças e com meus objetivos ou não.
Sou limitado, física e mentalmente, sou reflexo de uma complexidade quase aleatória, e assim todos também o são. Sou, ou busco ser, as vezes tenho dúvidas, materialista, ateu, realista, com toques céticos, relativista e dualista em relação a importância e da necessidade do racionalismo e do empirismo, mas sem jamais abrir mão do poder de análise critica, na busca da profundidade máxima possível em cada informação.
Se meus textos não valem pela beleza poética, torço que pelo menos valham alguma coisa pelo conteúdo, mesmo que desalinhado ao que possam pensar meus amigos leitores, podendo assim pelo menos abrir em cada leitor uma possibilidade de análise crítica de cada assunto, mesmo que ao final permaneçam com suas convicções, que em conceito, talvez não em verdade, são tão importantes quanto as minhas.