ECONOMIA A SERVIÇO DAS PESSOAS
ECONOMIA A SERVIÇO DAS PESSOAS
Sempre penso que o dinheiro ou a economia não são tudo, mas fazem parte do cotidiano de todos aqueles que querem ou não viver essa realidade.
Ao contrário de uma economia puramente norteada para o lucro, a justiça social exige que o objetivo e a organização da economia humana estejam voltados para o serviço às legítimas necessidades da humanidade. A finalidade basilar da produção não é o mero aumento dos produtos, nem o lucro ou o predomínio, mas o serviço da pessoa humana completa, dentro da hierarquia das exigências da vida intelectual, de qualquer comunidade humana, sem distinção de raça, cor, religião, costumes... Somente assim a atividade econômica se realizará na ordem moral, de modo que corresponda ao desígnio do Criador e do ser humano.
É preciso distinguir diversas espécies de necessidades com respeito à economia: o que se tem simplesmente necessidade para levar-se uma vida segura e digna. Essa necessidade deve ter prioridade absoluta na produção e na distribuição dos bens. Outra, o que se necessita para que os outros tenham desde já determinadas coisas de necessidades pessoais e comunitárias. Aqui pode ser interpretado como uma aspiração à equidade. E por fim, o que se quer para satisfazer um sentimento de superioridade sobre os outros. Esta necessidade constitui uma notável causa de perturbações na vida social e no crescimento pessoal.
No mundo de hoje, a educação e a erudição, correspondentes ao tipo de cultura e economia em que a pessoa vive, constituem uma necessidade fundamental. Infelizmente, há uma grande parte da educação, sobretudo a educação informal difundida pelos meios de comunicação, está determinada pelos interesses do mercado. A pessoa é instigada a possuir mais para ser mais. Os jovens são preparados para vencer e ficar ricos, beneficiarem-se materialmente pelo esforço praticado. O que não é negável, mas deveriam também ser treinados para ser mais humildes a cada etapa vencida e não mais “reizitos”.
Percebo que principalmente nos países em via de crescimento, com altos índices de natalidade, existe uma necessidade muito urgente de lugares de trabalho. É preciso encontrar um equilíbrio entre bens de consumo e investimentos necessários para garantir uma renda suficiente tanto para a população ativa de hoje, quanto para a futura.
Não podemos excluir lucro da economia, mas sim tratar o lucro de forma moderada e controlada com solicitude em face do bem comum. Há em todos os lugares uma busca pelo marketing de propaganda, onde se gasta mais por um comercial do que por vários funcionários trabalhando juntos dentro da empresa, escola ou outro setor, os quais o comercial ou propaganda está elencando. A economia deve zelar para que os serviços e as funções importantes para a sociedade ou para certos grupos sociais, não sejam sacrificados ao lucro puro e simples e que haja mais equilíbrio salarial, do teto ao piso. É preciso parar com essa lógica de que: quem mais pensa vale absurdamente mais do que quem mais se esforça fisicamente.
É isso!
Populorum Progressio, 9, 26; Gaudium et Spes, 29.
Acácio.