“AMELIA” não era mulher de verdade.
Tenho escrito muito sobre a mulher. Sinto-me mais mulher do que muitas mulheres que não se assumem e vivem o tempo todo se lamuriando dos problemas, principalmente das questões mal resolvidas com os homens. Quando digo “sou mais mulher...” estou querendo afirmar (embora não precisasse) que sou muito homem, inclusive fazendo estas colocações.
Parto do princípio de que ser gente é um sentimento, ser mulher, um sentimento dobrado por tudo que ela representa de singular em sua pluralidade. Contudo, sinto falta de mais mulheres sendo mulheres, apenas isto. Não precisa ser feminista, mas apenas feminina; não precisa ser contra homens, mas sendo mulher junto do homem e vice-versa. Não precisa, enquanto mulher, ser subserviente; em enquanto mãe se anular pra vida; nem enquanto esposa perder o senso estético e o bom gosto para achar graça em outros homens. E, em achando graça em outros homens, descobrir que o seu homem tem mais graça do que os outros. E quando a graça acabar, ter o entendimento sábio de que tudo se acaba, inclusive a magia que nutre as relações.
Ser mulher talvez seja o quarto mistério da Santíssima Trindade. Traz consigo as possibilidades da vida. Dá luz. Faz o amor florescer independente do sol ou da chuva, do credo ou do enredo de cada geração. A mulher, nesse sobre tom, torna-se atemporal em seu próprio tempo e se redefine em cada geração. Talvez por isto os homens tiveram que se valer da força, da brabeza, da suposta superioridade para se estabelecer. Equívoco bom, com certeza, porque as mulheres de hoje estão redefinindo essa lógica meio perversa; estão com eles (os homens) conseguindo um novo “desenho” de relações; estão ( e já tardiamente) confirmando que “AMÉLIA” é que não era mulher de verdade. Mulher de verdade é a mulher completa inclusive em sua fragilidade. A mesma fragilidade que a torna “leoa” diante da vida bandida; que a torna bem-te-vi quando “bem-te-visa” ou um colibri que diante do desespero colhe-brisa em vez de tempestade.
FÉ-liz dia das MULHERES, comemorando junto com os homens.