A ABERTURA POLÍTICA - JOÃO BATISTA FIGUEIREDO (1979-1985)

Por: David Kooperfield

João Batista Figueiredo foi o ultimo dos presidentes militares, graças a Deus e ao povo, e sua missão era dar continuidade ao processo de abertura política. Uma das primeiras medidas foi a aprovação da anistia em 1979 que beneficiava acusados de crimes políticos, cassados mais continuariam inelegíveis, servidores civis e militares punidos pela “Lei de Segurança Nacional”, torturados das Forças Armadas, (devia ser forças torturadoras) mas não contemplava pessoas acusadas de seqüestros políticos, atentados e assassinatos. Iniciou-se uma campanha em busca dos desaparecidos.

A reforma política de então admitiu a volta do pluripartidarismo. A ARENA mudou de nome para Partido Democrata Social (PDS),o MDB se denominou de Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB.)

Surgiram outros como o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), o PDT (Partido Democrático Trabalhista), PT (Partido dos Trabalhadores) e o PP (Partido Popular) se fundiu com o PMDB.

Nas eleições seguinte sem 1982 o PMDB e o PDT elegeram os governadores de Minas, São Paulo e Rio.

AS elites brasileiras ligadas ao regime eram contrarias a abertura política e decidiram enveredar pelo caminho do terrorismo. Acredite se quiser. Bombas foram colocadas em jornais de esquerda, bancas de revistas, igrejas, OAB, locais públicos.

Em 30 de abril de 1981 no Riocentro num evento em comemoração ao dia do trabalhador onde estavam cerca de 20 mil pessoas num show de música explodiu uma bomba dentro de um carro no estacionamento que causou a morte de um sargento e feriu um capitão. Após 3 meses de investigação concluíram que os militares tinham sido alvo da esquerda, ninguém é claro acreditou nisso. Não é só as esquerdas que pegam em armas, no Brasil vale tudo para a manutenção do conservadorismo.

Logo Figueiredo providenciou a volta do ministro Delfim Neto que estabeleceu o III Plano Nacional de Desenvolvimento. O plano não vingou, os bancos internacionais se recusavam a ceder financiamento, aumento da divida externa, diminuição de obras públicas, redução do credito e recessão.

Em 1983 as oposições lançaram a campanha: “Diretas Já”, eram um projeto do deputado federal Dante de Oliveira que reclamava eleições diretas e livres para presidente em 1985. Este foi um movimento que toda vez que vejo documentários, livros, revistas ainda me emociono. O povo tem seus limites e quando isso ocorre ele se manifesta e a sociedade muda.

Comícios realizados em todo o país com a participação de intelectuais, artistas, políticos, jornalistas e outras facções de centro e esquerda. A derrota da emenda frustrou a população onde um Black out apagou as cidades de Brasília, Rio e São Paulo. No dia seguinte nas ruas os trajas amarelo e preto de luto.

A oposição entendeu que a única saída era lançar um candidato para as eleições a chamada “ transição democrática”. Paulo Maluf (ex-prefeito e governador biônico de SP) foi candidato da situação pelo PDS e pelo regime. O adversário seria o mineiro Tancredo Neves da Aliança Democrática composta por PMDB, Frente Liberal e dissidentes do PDS. O PT e o PDT se ausentaram.

Em 15 de janeiro de 1985 Tancredo e Sarney eram eleitos para a presidência. Para comoção nacional o presidente eleito adoeceu (câncer no intestino) e morre em 21 de abril. E o inusitado acontece, Sarney ex-lider da ARENA que tanto dificultou a abertura e ex-presidente do PDS partido que servia de base para as atrocidades do regime militar, assume o poder pela via legal.

David Bandian
Enviado por David Bandian em 03/03/2011
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