Rebeldes Da Ficção: Nossos Espelhos Ocultos
Inomináveis Saudações a todos.
Não vou falar da novela Rebelde, mas de alguns rebeldes do mundo da ficção com os quais nos identificamos, rejeitamos ou, simplesmente, ignoramos. Provavelmente, vocês jamais acordaram de mau-humor como a Callisto, do seriado da Xena, e, para recuperarem o bom-humor, invadiram uma aldeia com um exército, incendiaram-na e mataram a todos os habitantes. Provavelmente, vocês jamais saíram pelas ruas de suas cidades como Frank Castle, o Justiceiro, matando todo bandido que encontrassem pelo caminho. Provavelmente, vocês jamais enfrentaram ninjas do Tentáculo ou o Dentes-de-Sabre como o Wolverine e muito menos disseram a frase preferida deste, mesmo que para si mesmos: "Sou o melhor no que faço, mas o que eu faço não é nada agradável". Provalmente vocês jamais enfrentaram "O Homem Mais Próximo De Deus", Shaka de Virgem, como o Ikki De Fênix, vencendo-o após perder todos os seis sentidos usuais, restando apenas apelar para O Sétimo Sentido. Mas, todos vocês, mesmo não sendo fãs da Callisto, do Justiceiro, do Wolverine e do Ikki, já não possuíram em si a vontade de realizarem atos fora do comum humano? Claro que já, não mintam! Todos os personagens de ficção dos quais gostamos, alguns até fanaticamente chegam a endeusá-los, são os nossos espelhos ocultos, nos quais nos refletimos, nos identificamos, nos aproximamos. Neste mundo, aquele que não possui a imaginação como ficha de compensação para todos os seus problemas é um pobre coitado que não é criador e realizador de obras maiores para si mesmo e para os demais. Possuir imaginação fértil neste mundo violento e doloroso é cuidar um pouco de si mesmo, mas com uma certa dose de rebeldia. Às vezes possuimos aquela vontade insana de sermos como a Callisto, de quebrarmos todas as regras, de pormos o nosso lado obscuro à tona quando qualquer um dos nossos objetivos é destruído... Mas, de alguma forma, nos controlamos, não por causa dessa sociedade mundial podre e decadente, mas porque sabemos dos riscos que correremos se nos atirarmos ao mundo como loucos desvairados sedentos de sangue. Esse controle, entretanto, não necessita mesmo de ser mecanizante de todo ato que nos guia em nosso existir, pode possuir um pouco de rebeldia, de uma rebeldia verdadeira que nos instigue a lutar pelas nossas convicções, ideais, metas, sonhos e objetivos. Um pouco da Callisto, do Justiceiro, do Wolverine e do Ikki pode nos auxiliar no enfrentamento da realidade deste mundo repleto de dor, sangue, corrupção e governos nada preocupados com o bem-estar da população. Um pouco da liberdade de serem o que são deles pode nos servir como a produtora do que nós podemos ser como nós mesmos. Um pouco deles é necessário quando construtivo; porém, às vezes, todos sentimos uma vontade bem selvagem de arrancarmos as cabeças de certos indivíduos que mais atrapalham a evolução humana do que a auxiliam...
Saudações Inomináveis a todos.
Texto originalmente publicado em meu falecido blog no Windows Live Spaces, denominado Sobre Filosofia E Poesia E Música E Magia E Mundo, em 11/07/06.