O CANGAÇO
Por: David Kooperfield
Os cangaceiros integravam grupos razoavelmente armados com facas, punhais, cartucheiras, vestidos de roupões de couro, se utilizavam de métodos extremamente violentos e sobreviviam através de saques e pilhagens.
Esse movimento se inicia n final do século XIX até meados da década de 40. Pode ser dividido em três subgrupos: o primeiro eram os que restavam algum tipo de trabalho esporádico a latifundiários, políticos e fazendeiros. O segundo era formado de cangaceiros independentes com tendências para o banditismo. Esses dois grupos trabalhavam sempre para um coronel, em conflitos entre famílias rivais e oligarquias locais.
Já no final do século XIX, formou-se o terceiro grupo de cangaceiros independentes que não se subordinavam a nenhum tipo de chefe local. Um exemplo famoso desse período é o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, “o Capitão ou Lampião” em 1922.
Com relação a Lampião a historiografia diverge acerca de suas finalidades. Para alguns historiadores Lampião era uma espécie de Robin Hood do sertão, o representante de uma gente corajosa e trabalhadora que se juntava a ao cangaceiro para atacar, roubar e vingar-se da elite latifundiária que a explorava. Para outros como Eric J. Hobsbawm ele não passa de um fora da lei, baderneiro e perigoso.
Com o inicio da industrialização no sul do país, somado a redução na imigração estrangeira, novas perspectivas de trabalhão e melhora para a população mais pobre propiciaram uma leva de migrantes para o Rio e São Paulo. Essa nova configuração acabou por diluir o movimento do cangaço nos anos 30 na região nordestina.
O cangaço no nordeste agora, é institucionalizado e os cangaceiros são homens de terno e colarinho branco que saqueiam corpo, a alma e as mentes de um povo sofrido pelas adversidades naturais de sua geografia mas não menos brilhoso em fibra e força para produzir riqueza e cultura.