CRÔNICA CIFRADA
De: Ysolda Cabral
Ontem, seis horas, parecia dezoito de tão escuro que estava. Se não estivesse chovendo, teria certeza que os trovões e os relâmpagos haviam acontecido apenas em meus pesadelos.
Abri a janela e vi um dia sombrio. Um canto de pássaro, se quer, ouvia... Sentia-me sem jeito, preocupada e cansada. Pensei em ficar em casa e dormir mais um pouquinho...
Alonguei; me olhei no espelho e de novo não me reconheci. Sorri um sorriso amarelo, e orei com vontade de pedir a Ele para amenizar o tempo... Mas, para quê?!
Sem querer saber mais de notícias, não olhei pro PC e fui direto pra cozinha. Logo estava saindo de casa, para mais um longo e cansativo dia de trabalho.
Trânsito engarrafado, buzinas perturbando o pensamento e atrapalhando a música que eu escutava, então pensei: devia ter mesmo ficado em casa.
Mas logo uma paz infinita tomou conta de mim e nada mais senti...
Nem alegria, nem tristeza e nem saudade.
Olhei para o mar... Estava igual a mim; tão sereno e tão pálido!
O semáforo abriu, o trânsito andou...
Hoje é outro dia, ele está lindo e por ele dou Graças!