A BELEZA DOS COCOS EM SEUS COQUEIROS

Ontem foi o Valentines Day. Dia do amor em outras terras e não só amor romântico. Por aqui hoje parece que é dia de colocar no ar umas conversas do divã. Fazia tempo ninguém parava para discutir os pingos dos is ou onde se coloca uma vírgula, ou o isso e o aquilo da nossa língua portuguesa. Mas o mais importante que esqueci foi de dizer I love you com erro ou sem erro desta nossa língua pátria. Sei que há os que detestam a mistura de Inglês com Português, mas de qualquer forma, primeiro eu escrevo para agradar a mim mesma. Sempre acho que é melhor policiar meus pensamentos incorretos e os de amor, vou repassando. Recebam com clareza os que desejarem absorver o melhor da mensagem antes que o principal se perca engolido pelas mídias que faturam milhões às custas da fraca cultura.

Tenho reparado que anda em moda usar um tapa olho invisível. Deve ser para que o mundo vá girando de acordo com o que apetece ao umbigo de cada um. Será que é hora de tampar o olho esquerdo ou o direito? O que dá para ver com este olho? Mas e se eu tampar o outro? O que eu quero ver? Será que conseguirei ver só o que eu quero? Vendo bem ou não, acho que não vai dar para conversar direito, pois gostaria de usar e abusar das redundâncias. Será que os olhos que se centram em uma coisa só ficam carentes de outras sabedorias e acabam perdendo novas belezas?

Voltando para a Nossa Língua Portuguesa, ontem mesmo uma amiga me disse que ela não gostaria de ser castrada em suas linhas com as perseguições das análises sintáticas. E que se ela tiver essa preocupação, nem terá vontade de escrever. Então eu disse a ela:

- mas quem vai escrever preocupada com isso?! – Você! Você, não vai?! Como se arregalasse os olhos para mim. - Eu não! Primeiro eu escrevo livre de tudo. Depois eu preocupo com os erros. Eu nem saberia escrever se tivesse que ter essa preocupação. Lembra quando inventei aquele sinônimo para substituir a expressão que diz para não colocar a carroça na frente dos bois? - Não! Não lembro! Anota aí...

– Nada de misturar os cocos que ainda estão no coqueiro.

Marília L Paixão
Enviado por Marília L Paixão em 15/02/2011
Código do texto: T2792988
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