· Não, eu não posso...
· ... recuperar as manhãs perdidas para o Tempo nem ouvir o trinado dos pássaros mortos. Nada pode ser feito a este respeito. Mas sim, eu posso, estar atenta a este momento porque ele é único e é mágico. E só estando atenta a ele poderei levá-lo comigo através do tempo e do espaço. E assim unirei os tempos com laços indissolúveis e terei sempre em mim a Eternidade.
· O sol brilha e aquece esta parte da Terra onde vivo e por isto dou graças. Uma brisa entra pela janela e eu ouço lá fora os sons da vida, operários em construção, pássaros em vôos livres, crianças correndo para o abraço, cães abanando os rabos... Sim, eu posso ouvir mesmo sem ver porque sou fragmento daquele que tudo criou, senhora e dona de minha imaginação. O mundo está lá fora, mas também está em mim por isto nada importa: o tempo passa, os espaços se modificam, ora estou aqui, ora ali. Um dia não estarei mais e serei lembrança. Um dia nem mais lembrança serei. Um dia, as coisas que tiveram importância não mais terão. Mas agora o que importa é que estou viva e tenho consciência disto. (08 de fevereiro de 2011)
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