A SOLIDÃO DO MSN, ORKUT, FACEBOOK, ETC.
 
Domingo é um dia mágico. Como a vida, tem dois lados. Um dos seus lados – o bom é o da família: reunião, almoço, briguinhas, afeto, carinho; praia, futebol, cerveja, namoro, paquera, etc., são acessórios importantes do domingo. Hoje, por ser domingo, gostaria de falar do lado ruim – a solidão. Do lado péssimo: a solidão das redes sociais.
Como se não bastasse a solidão das pessoas, principalmente nas grandes cidades, dispomos agora da SOLIDÃO DAS REDES SOCIAIS DE RELACIONAMENTOS. Alceu Valença em uma canção fala que “a solidão é fera, a solidão devora, é prima irmã das horas (...)”. Parece que a sociedade de consumo, cantada e interpretada em plena era do conhecimento, está mesmo devorando muitas pessoas. Estabeleceu-se um conceito que confunde a muitos acerca do estar UNIDO ou apenas REUNIDO. Predomina na atualidade a reunião das pessoas. A união, que seria a mola mestra conta a solidão, resvala nos amontoados de pessoas que se acotovelam em grandes eventos, shows milionários, ou simplesmente no dia a dia das nossas ruas e avenidas e em shoppings das cidades. De fato, há muitas pessoas reunidas, mas poucas unidas. Há ainda aquelas que não se reúnem com as outras e, consequentemente, não se unem com ninguém.
A solidão em condições naturais é devoradora. Momentos solitários são bons e salutares, pois servem para a gente ficar conosco e estabelecer nossos diálogos interiores. Contudo, a solidão das redes de relacionamentos deve ser dilacerante. Pessoas há que passam o dia de domingo inteiro no Orkut, no Facebook, em bate-papos, MSN, etc. Tenho a impressão de que, INVOLUNTARIAMENTE ou não, se estabelece um "JOGO DE MENTIRA" o tempo todo nessas redes. Eu sei das exceções, mas não é pra essas que me refiro. Quero intuir que muitos se escondem por trás dos monitores do computador, talvez por incompetência no administrar conflitos interiores. Parto do princípio que a felicidade se completa quando estamos unidos afetivamente a alguém. Essa dificuldade é imensa no processo frente a frente, olhos nos olhos. Imaginem ON LINE. Ao vivo a gente está se decepcionando sempre com parceiros, imaginem via redes sociais. A traição das pessoas comprometidas é uma realidade que a grande maioria das pessoas passa ou passou e passará.
Todas as considerações acerca da dificuldade de encontrar alguém ao vivo triplicam, no caso das redes sociais. Administrar a mentira e os vários papéis que as pessoas desempenham não é fácil pra quem gosta dessa alternativa de buscar pessoas para vencer a solidão. Há os que fazem isto já por vício. Há os que, embora casados, comprometidos, não se desgrudam do MSN, por exemplo. Não raro há conflitos nas suas relações quando um dos parceiros não é habituado nisto.
Há quem entenda tudo isto do ponto de vista das fantasias. Há controvérsias. Sexo virtual só é bom para uma primeira vez. Numa segunda já deixa de ser normal. Numa terceira, talvez a Psicologia, no futuro, batize isto como doença. Fantasia boa é a do carnaval de Recife, Olinda, Rio de Janeiro, Salvador e outras cidades.
Sem querer fazer uma crônica aconselhadora, pois não é o caso, convido-os a pensar juntos:
Por onde andam as leituras de bons livros?
Por onde andam as visitas aos amigos?
Por onde andam os passeios domingueiros aos museus, zoológicos, praças, etc.?
Por onde andam os hábitos de estudos escolares exaustivos em final de semana?
Sinceramente, não sei. Posso crer que foram vencidos, prioritariamente,  pelas redes sociais de relacionamentos. Talvez na mesma época em que boa parte dos pais aprenderam a não dar limites aos filhos. Talvez nesta mesma época, os pais aprenderam, em relação aos filhos, que é mais fácil se perguntar “ONDE FOI QUE EU ERREI”, do que se responderem: “NA HORA EM QUE EU DEIXEI DE DAR LIMITES AOS MEUS FILHOS”!



Aplausos às exceções!