PALAVRAS E SILÊNCIO
PALAVRAS E SILÊNCIO
Hoje me questionei! Quem surgiu primeiro, as palavras ou o silêncio?
As palavras lavram o mundo com seus sons e significados; semeiam amor e ódio, paz e discórdias, unem e separam. São suaves e bravias. Uma vez pronunciadas não podem mais serem apagadas.
Já o silêncio é a total ausência das palavras. O silêncio cala a voz; encerra conflitos, mas também, pode guardar mágoas, perdoar ou projetar vinganças. O silêncio faz enxergar a si e ao outro. Reconhece verdades, porém isola, fecha, corta o elo da comunicação verbal.
Por isso acredito que tudo tenha iniciado assim:
No princípio era o Verbo e o Verbo é a ação, a força criadora da existência dos seres e das coisas. Do Verbo surgiram os sons em suas múltiplas formas e esses sons começaram a se unir e dessa união nasceram às palavras. No início silábicas e tímidas, com o tempo ganharam força e se sentiram poderosas; invadiram espaços. Passaram a modificar ações, dar ordens e de monossilábicas chegaram a polissilábicas.
Assim, diante do caos da “Babel” que se instalou, o Verbo se fez silêncio e as palavras foram transformadas em pensamentos. É por isso que, como diz a canção, “palavras e silêncio jamais se encontrarão”. Entretanto, apesar de não poderem encontrar-se, ficaram interligados. Um auxilia ao outro quando o limite para o seu excesso é ultrapassado, pois nem só de silêncio vive o homem, mas também, de toda palavra pronunciada em nome do amor.
IAKISSODARA CAPIBARIBE