Insegurança...

Insegurança...

É impressionante,hoje em dia, e parece que cresce como um furacão a falta de segurança das pessoas.

O mínimo fato do cotidiano faz com que se percam em elocubrações,pensamentos,emoções,sentimentos pessimistas e de auto desvalorização , que chegam quase que à insanidade,não tivessem eles alguma crítica ou a atitude positiva de vida, que é a de perguntar ou comentar o assunto com algum amigo ou familiar,estilo:

-Percebe,Fulano,que eu vi na televisão um assalto e não saí de casa o dia todo!E os dois conversam,uma vez, e se resolve o assunto.

A este respeito, não estou dizendo que não é de meter medo um assalto pelas redondezas,é,sim,mas um medo normal,sair se protegendo,mas sair!

Outro exemplo muito comum é ao ver uma pessoa com a face carrancuda ou espantada na rua,achar que é dirigida a ele, e não que o referido indivíduo esteja pensando em problemas seus,sérios talvez.O mesmo ocorre quando um vizinho,um dia,não diz o costumeiro :-Bom dia!

As pessoas ficam então pensando,inseguras,se fizeram algum mal ao referido vizinho,jamais que ele esteja preocupado com assuntos de sua vida particular ou tenha saído de alguma discussão em casa.A insegurança é tal ,que nem se lhes ocorre,se dirigir ao outro e perguntar se ele está bem,em dizer que o questionava por não ter sido cumprimentado como usualmente.

A falta de segurança em tomar tais atitudes é que é importante e impressionante!

O mínimo fato ,pela insegurança dos cidadãos, é transformado em tragédia pessoal:-Vai acontecer comigo ,também!

Sim,pode acontecer,até pior,mas o que não se pode é viver a vida em torno a isto!

Acredito que o aumento da violência ,assaltos ,drogas,tenha sua participação considerável nesta insegurança mas,mesmo com isto,temos que aprender a lidar,senão não podemos viver e a vida se transforma em um inferno.

Entretanto, não escrevi esta crônica para tratar destas grandes tragédias,mas deste vírus ,a insegurança , que agora vem se estendendo aos mínimos detalhes.E é vírus porque é transmissível!

Vejam só,escrevi um conto dias atrás, onde narro a estória de uma mulher pudica,decidida a trair o marido.Pois não é que um leitor,no mesmo momento por computador,me passou a seguinte mensagem:

-Estou com medo,seu conto me atingiu, e minha mulher está na rua com uma amiga!

Uma mulher fiel e já passada em anos!Mas este leitor,ao menos,teve a coragem de se dirigir a alguém, no caso eu,para o acalmar.Entretanto, só ler um conto feito para distrair e mesmo divertir já se torna motivo para a insegurança pessoal,vai ocorrer com ele,ele vai ser traído...

E tem mais, tem aquele ou aquelas que te alugam o telefone, e ligam três a quatro vezes ao dia,fazendo a mesma queixa,a mesma pergunta:-Será que meu exame médico vai dar positivo?- Será que eu passei no concurso?Ou :-Será que o meu advogado vai me sacanear, me enrolar?Ou:-Será que vai dar tudo certo no meu encontro?

Tem outros ainda que conhecem uma mulher e ficam perguntando inúmeras vezes a si e aos amigos:-Será que posso me aproximar?-Será que ela vai me rejeitar?-Será que ela é superior a mim intelectualmente e vai dizer não?-Será que eu a tratei mal no passado e agora ela não vai querer?E ele por insegurança e medo de uma possível rejeição, não vai, não se aproxima.

Ora,se chegue na mulher,se tiver que receber um não,estando seguro, você entenderá.Porque teria que ser só sim a resposta?

E os exemplos são inumeráveis,extravagantes, e múltiplos e todos motivados pela insegurança pessoal.Nos adolescentes ainda se entende que fiquem fazendo a mesma pergunta, ou no mesmo assunto por algumas horas, mas nos adultos?

Isto,senhores, é insegurança,falta de segurança pessoal pura,com raízes na infância, e já vi serem perdidas grandes oportunidades de trabalho, ou na vida amorosa motivadas por esta insegurança.O sujeito fica como que paralisado,emudecido,e não dá um passo à frente.

E ,não esqueça ,insegurança tem como base a ansiedade,aliás,é um dos seus sintomas.

Ora,vão, busquem um terapeuta!Desde que ele seja seguro claro!!!

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 22/01/2011
Reeditado em 03/02/2011
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