SOFRER POR AMOR


Acreditei que o amor seria semelhante a uma ilha fantástica de prazer constante e paz permanente.
Um lugar onde não houvesse preocupação, nem se apresentasse a dor;
Uma felicidade feita de fantasias...
Planejei a vida, objetivando encontrar esse reino encantado, onde, por fim, descansasse da fadiga, da aflição, repousando em harmonia.
Passam-se anos, e somamos frustrações, anotando desencantos e amarguras, sem anelada conquista.
Pois bem, encontrei o amor, mas com ele a dor mais profunda... e lentamente, o desânimo me abraça, e tudo mais se torna um nada...
Alguns não sabem quanto custa, em sacrifício e dor, alcançar o amor e tê-lo contigo, ou ainda tê-lo perdido...
Sob quase todos aqueles sorrisos, estão a face da amargura e as marcas do ressaibo...amargando no hoje a miséria a que se acolheram ou foram atirados.
Fomos feitos do mesmo barro frágil de carne, e experimentamos, de uma ou de outra forma, vicissitudes, decepções, doenças e desconforto.
Desejei ser feliz, vivi, cada momento, de forma integral, reunindo as cotas de alegria, de esperança, de sonho, de bênção, num painel plenificador.
Entre acidentes de percurso...Quem avança monte acima?
De certo quem consegue, pisa pedregulhos que ferem os pés, mas também flores miúdas e verdejante relva, que teimam em nascer ali colocando beleza no chão.
Reuni essas florezinhas em um ramalhete...coloquei uma linda fita de cetim vermelho...e agora estão caídas entre os passos...
Entre profundas e intermináveis lágrimas, tento não me deixar dominar pela desesperança,e que eu entenda o sentido do sofrimento, que me nivela, que me iguala, que torna todos nós iguais... tentando não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo.
E me sinto no caminho, perdida, sem concluí-lo... numa vida vazia...sem o que antes preenchera de sentidos o infinito...


"O homem é um aprendiz, a dor é a sua mestra...E só passamos a nos conhecer quando por amor sofremos."

E devido a tudo que vivo, me permito o silêncio, e todas as lágrimas que brotam de minha alma...até que amenize a dor latente.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 18/01/2011
Reeditado em 30/01/2011
Código do texto: T2736029
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