A Guerra da Paixão
Zomer diz:
Bom Dia, Juliana.
Juliana diz:
Bom dia, Zomer!
Zomer diz:
A tremenda raiva que eu fiquei de você ontem, já está passando...
Juliana diz:
A minha ainda não.
Zomer diz:
Não me importo...
Juliana diz:
Tudo bem, acabei de acordar....
Zomer diz:
Você fez por merecer.
Juliana diz:
Não guardo raiva por muito tempo.
Idem!
Zomer diz:
Ok!
Juliana diz:
Só que não entendo como fiz pra merecer.
Ou o que fiz...
Zomer diz:
Parece que você só entende o que lhe convém, né, Juliana?
Juliana diz:
Não, não.
É que não costumo atribuir muita importância ao que parece relativo.
Contudo, como disse você mesma, você liga quando quiser e se o quiser.
E atendo eu quando quiser e se o quiser.
Não sou qualquer uma a quem você possa referir-se desta forma.
Por isso, mantenho-me em reserva.
Sou mais do que pensa e mereço respeito.
Sua frase final foi leviana, mas não me atingiu como queria.
Conheço você mais do que pensa e sei bem qual é o seu objetivo.
“Picuinhas" não me atingem.
Fortalecem-me!
Sou pior que você, amore. Creia nisto!
Zomer diz:
E qual é o meu "objetivo"?
Juliana diz:
Você bem o sabe.
Zomer diz:
Ok.
Fica bem.
Um beijo!
Juliana diz:
Fique bem também.
Beijos!
Ah, minha consciência acordou da ressaca e está em tratamento no A.A.
Pronto, a raiva passou! Podemos conversar? (Risos)
Zomer diz:
Ok. Mas espera um pouco... Eu estou conversando com uma amiga...
Juliana diz:
Tudo bem.
Zomer diz:
Oi?
Juliana diz:
Oi!
Zomer diz:
Eu mandei um e-mail para você...
Juliana diz:
Malcriado?
Zomer diz:
Só para que não pense que eu estava mentindo... Não... Não é um e-mail "malcriado"... Eu estava levando um papo com a minha amiga... E não quero que você pense que estava fazendo onda com você...
Porque não sou exclusivamente de joguinhos.
Juliana diz:
Tudo bem...
Como foi a sua noite de sono?
Zomer diz:
Faça a pergunta direito...
Juliana diz:
Sim...
Como foi sua noite de insônia?
Zomer diz:
Você quer saber se você perturbou a minha noite de sono?
(Risos)
Sabia!
Juliana diz:
Acho que ainda não tenho esse poder, tenho?
Zomer diz:
Não vou te dar essa informação... Posso apostar com os dois lados...
Juliana diz:
Prometeu ser sincera...
Fiz uma pergunta óbvia, que merece resposta sincera, não acha?
Zomer diz:
Eu acho... Ainda não tem tanto poder sobre mim... Ou, pelo menos, eu acho que não tem... Mas, como a mente da gente é uma coisa bem complicada, talvez, sorrateiramente, você já esteja se enraizando e adquirindo esse referido "poder" de me tornar mais insone do que já sou...
Seria "culpa"?
De minha parte?
Juliana diz:
Não, culpa não!
Depende do que pensara noturnamente...
Zomer diz:
Odeio quando você faz isso...
E você sabe que odeio...
E é por isso faz...
Joga com as minhas próprias palavras...
As transforma e me devolve de acordo com o que você quer...
Juliana diz:
E é disso que você gosta!
Mas não o faço por jogo, isso é parte de mim.
Agora me responda: O que pensou à noite?
Sincera e francamente, por favor!
Zomer diz:
Em nunca mais falar com você! Eu fiquei exasperada com suas palavras! Queria enfiar a mão em você! Quem você pensa que é para falar da maneira insolente e desafiadora com a qual falou comigo?!
Juliana diz:
Sou a Juliana C.
Eu mesma.
Em carne e osso!
Quem você pensa que é para que as pessoas tenham que medir palavras ao dirigi-las a você?
Quem fala o que quer, ouve o que não quer, amore!
Zomer diz:
Então tá... Vai pensando que eu sou assim... Vai pensando que eu agüento esse tipo de conduta!
Juliana diz:
Não estou pedindo sua tolerância, Zomer.
Somente digo o que penso e, diferente de você, não tenho medo de ser contrariada.
Se fores forte a ponto de não mais falar comigo, paciência. Terei perdido...
Juliana diz:
Se não fores? Fogos! Terei ganhado a convivência com uma pessoa pra lá de atraente.
Zomer diz:
Não é questão de fraqueza ou fortaleza... É bom senso e prudência, já disse isso... Você e eu temos gênios e temperamento fortes... Eu não vou baixar minha guarda ou recuar para suas opiniões ou vontades...
Juliana diz:
Não tenho vontades e as opiniões são próprias.
Se buscasse alguém que as tomasse como únicas, não teria me interessado tanto por você.
Isso não é uma guerra de Titãs...
entenda bem...
Zomer diz:
É guerra, sim! Não negue!
É feio...
E numa guerra, se quer conquistar ou não perder algo...
Dominar sempre...
O que se deseja...
Juliana diz:
Então, se é uma guerra, sabemos que nenhuma é rápida.
Demanda perdas e fortes armamentos.
Mas o objetivo é sempre o mesmo: A conquista,a vitória!
E você não vai me domar...
Na cama pode ser, pois gosto disso.
Mas na vida, nunca!
Zomer diz:
Agora você falou a minha língua!
Juliana diz:
N-U-N-C-A!
Zomer diz:
Não sei... Eu quero a conquista em todos os âmbitos... Sua "auto-suficiência" é um atrativo para meus ímpetos belicosos... Gosto de mulheres fortes, dá mais prazer em conquistá-las, domá-las...
Juliana diz:
Será uma busca inútil...
Sabes que não me deixarei dominar.
Será um jogo sem fim.
Controlo meus sentimentos, mas não os meus instintos.
Poderá me pegar pelo corpo, mas nunca pela mente em si.
Posso ser mais perigosa do que pensa,demônio em corpo de anjo...
A guerra poderá ser um gostoso atrito,mas sem vitória para você!
"Jogadora de chat", você não terá o seu prêmio comigo.
Não sou uma frágil desmiolada, sou mulher e tão ou mais sagaz que você!
Zomer diz:
Não tenho medo de perder... Tenho medo de não conseguir batalhar... Não saberia conviver com uma rendição sem luta, entende? Guerra sem fim? Quem está com pressa de vencer aqui? Não me importo com isso... Só não posso fazer corpo mole e me sentir prisioneira...
Juliana diz:
Sente-se prisioneira?
Tenha a certeza de que, instaurada a guerra (se já não se pronunciou), as armas serão leves de minha parte. Mas as articulações...
Não diria o mesmo.
Zomer diz:
Respondendo sua pergunta: Presa a necessidade da conquista... Ao calor do combate...
A adrenalina...
Juliana diz:
Você me faz ter vontade de ir além.
Muito além...
A minha atual literatura, coincidentemente, é: “Arte da Guerra" - Sun Tzu.
É extenso,mas se puder,leia.
É um samurai, explicando todas as formas possíveis e (quase) impossíveis de vencer uma guerra e prever o inimigo.
Zomer diz:
Conhece os Celtas? Uma das características desse povo antigo é que quando partiam para a batalha faziam isso de peito nu, sem escudos, sem proteção... Vigor e coragem! Os adversários achavam uma temeridade incrível aquele comportamento... Eu sou como um soldado Celta... Não sei ser tão manobrista... É provável que uma lança perfure meu peito, como tantas vezes já aconteceu, pois você tem a vantagem de saber
montar uma estratégia e a paciência de esperar para colher os resultados desejados...
Juliana diz:
Sim,não ajo com o corpo..
Meu cérebro é meu regente.
Mas não sou perfeita! Posso ser atingida por uma lança e destruída por um sentimento.
Juliana diz:
Não tenho um cérebro no peito. Aqui bate um coração.
Zomer diz:
E por saber que você também tem pontos fracos, Juliana, é que não acho suicídio entrar em disputa com você... Poucas chances de vitória, mas grande probabilidade de aventura... Um bom jogo!
Juliana diz:
Obrigada por ainda crer que sou um ser humano falho.
Não gostaria de me sentir superior a você.
Seria desestimulante.
Esse seu jeito arrogante é afrodisíaco.
Zomer diz:
Eu não sou arrogante, só penso que pouquíssimos podem comigo...
Só isso...
Juliana diz:
Desculpe, mas eu posso!
Soube desde o primeiro momento.
Zomer diz:
Isso, sim, foi algo bem arrogante (Risos)...
Juliana diz:
E isso é o melhor que vejo em você.
Esse pé de igualdade, essa truculência vinda desse seu "cabeção".
Ainda não digito na velocidade em que penso.
Nem sei se alguém conseguiria tal feito.
Quando aguçada ardilosamente, penso mais rápido que de costume.
Sinto-me viva, Zomer!
Zomer diz:
Mas você está! Quem incutiu na sua cabeça que não está viva? Aliás, você é uma pessoa extremamente vivaz...
Juliana diz:
Viva em ambos os sentidos.
A falta de alguém à sua altura, te faz sentir uma mortalidade dicotômica.
E quando encontro alguém que quer "alisar" meu topete...
Sinto o ácido lático invadir minha musculatura, devido ao excesso de oxigênio em minhas ventas.
É quase como se as minhas mitocôndrias trabalhassem à exaustão.
Vamos,meninas!
Se conseguisse visualizar meu semblante agora,teria vontade de me dar uma porrada!
Zomer diz:
Por quê?
Como está seu semblante?
Juliana diz:
Um ar petulante me tomou por arroubo.
Juliana diz:
Coisa que pouco curto e ocorre com raríssima freqüência.
Zomer diz:
As suas palavras estão assim também... E isso me excita e dá raiva...
Juliana diz:
Gosto desse mix.
É isso que você provoca em mim: tesão e raiva!
Zomer diz:
Essa metamorfose é condição dos guerreiros... Não poderia ser diferente... Quem é o exército organizado e quem é o bárbaro a lutar, Juliana?
Eu? Você?
Juliana diz:
Vamos ver...
Não existe mente centrada ou estratégia tão organizada que não sucumba a uma boa provocação.
Zomer diz:
Acho que provoco seu lado selvagem... Será que sua "armada" não entraria, sob o influxo do meu contato, em uma histeria que daria a ela a infeliz condição de tresloucada?
Juliana diz:
Saber provocar é um dom de poucos e saber reagir, também!
Zomer diz:
Daí, eu ganharia terreno...
Juliana diz:
Difícil.
Você me provoca, às vezes... Me tira do sério.
Mas não me faz perder o foco.
E só me tira do sério porque gosto dessa sensação (a perda do controle).
Zomer diz:
Acho que a tônica dessa peleja vai ser o domínio que cada qual terá sobre suas reações, atos e emoções.
Juliana diz:
Gosto de fazer você pensar que começou a vencer...
Zomer diz:
Eu vou vencer!
Não acho, tenho a mais irrestrita certeza!
Juliana diz:
Ou até quando alguém consegue caminhar sobre o limiar da guerra sem ferir seus próprios princípios, não acha?
Querida minha, a vitória poderia até ser sua, mas de acordo com as minhas regras.
Terei eu a plenitude. Creia nisto!
Zomer diz:
Temos regras? Ou melhor: você tem regras?
Quais?
Juliana diz:
Espere para ver.
Zomer diz:
Não vou esperar!
Juliana diz:
Em pouco tempo, dançará conforme minha música.
(Gargalhadas)
Zomer diz:
Você sempre me cobra a pronta resposta!
Juliana diz:
(Amo essa música!)
Zomer diz:
E eu nunca me furto de dá-la a você!
Juliana diz:
Tenho regras...
Dou as cartas...
Mas você não é fraca. Tem suas ardilosidades.
Não a subestimo, eu a quero! É diferente...
Zomer diz:
E eu sei um ponto fraco em você...
E é nele que vou tingi-la sem compaixão...
Quem mandou mostrá-lo?
Juliana diz:
Hummm... Fiquei curiosa...
Que ponto fraco?
Pode dizer.
O que tenho como fraco jamais será mudado.
Não me trabalho para as guerras. Articulo meus passos, mas não deixo de ser sanguínea, humana, real.
Serei eu sem adendos.
Zomer diz:
Seu ponto fraco é ser "sanguínea"... Por mais que seja estrategista, seu lado humano é bem exacerbado, Juliana... E é nesse conceito de "humano" que vou machucá-la...
Juliana diz:
As minhas regras são claras: Quero o melhor e o máximo de você.
Zomer diz:
O ser humano é frágil...
Juliana diz:
Tiraremos proveito mútuo disso tudo.
Juliana diz:
Sim, sanguínea (agindo com o sangue quente, com hormônios e órgãos).
E mesmo sendo humana, sou racional (agindo com o cérebro, planos e ordens).
Zomer diz:
Existem os sócios abomináveis do amor... E é neles que vou me amparar...
Eles estão forte e prejudicialmente incrustados em você...
E eu já identifiquei alguns...
Juliana diz:
O que você chamaria de sócios abomináveis?
A sua certeza de vitória a está cegando
Zomer diz:
Raiva... Carência... Ciúme... Egoísmo... Solidão...
Juliana diz:
E sobre essa certeza obsoleta que me faço.
Zomer diz:
Eu vou vencer... Não é uma certeza vã...
Juliana diz:
Sim, é!
Zomer diz:
Não!
Juliana diz:
Mas não quero afugentá-la.
Isso seria menos divertido.
Zomer diz:
Não fujo antes de aniquilar você.
Pode ter confiança!
Juliana diz:
Vamos ao que interessa e no fim, você terá a mesma certeza que tenho:
Ainda a verei curvar-se diante de mim.
Gentilmente cederei a mão como apoio.
Também sou humilde! (Gargalhadas)
(Pra quem não queria mais falar comigo,acho que você está bem diferente,não acha?)
(Já comecei vencendo)
Zomer diz:
Essa cena nunca passará do imaginário para o real. Pode gravar minhas palavras, Juliana! São devaneios da pré-batalha de uma delirante...
Juliana diz:
(Gargalhadas)
A qual cena se refere?
A de você curvada ante a minha vitória benevolente?
Zomer diz:
Da patética cena da minha rendição!
Juliana diz:
Não é imaginário, é premonitório!
Zomer diz:
Olha, da maneira como você está sendo abusada, eu não serei nem um pouco "benevolente" com você! Não aceitarei pedidos de clemência ou serei menos cruel com sua derrocada!
Juliana diz:
Você me desperta um louco tesão e uma ira absurda! Desfila em desejos desconexos e é esse o meu combustível.
Vá sonhando, baby,vá sonhando...
Zomer diz:
Aqui não tem espaço para episódios oníricos... É real! Eu vou ganhar... O seu coração "com tudo dentro", só para por na estante...
Juliana diz:
(Gargalhadas)
Não vou perder!
Aproveitarei o melhor da batalha e, no fim, sairei com meus sapatos pink,o vestido preto e balançando os cabelos...
Você me terá como eu quiser que me tenha.
Maktub!
Zomer diz:
(Risos) Tola...
Juliana diz:
(Risos) Sonhadora...
Zomer diz:
Vou sair... Tenho que pagar umas contas...
Beijos!
Fica bem.
Juliana diz:
Tudo bem...
Ficarei...
Fique também.
Gostaria de pagar contas, mas tenho que lavar louças e roupas.
(Risos)
Mil beijos com o sabor da MINHA vitória!
Zomer diz:
(Risos)
Juliana diz:
Você me deixa rindo à toa..
Rindo o sorriso mais sarcástico de minha vida.
Zomer diz:
Que pena que esse sorrisinho não vai durar muito tempo... Aproveita enquanto pode...