Esse tal descobrimento - Crônicas curtas -
Essa tal descoberta do Brasil sempre me intrigou. Como alguém pode descobrir um lugar já descoberto? Descoberto e habitado. Quando a célebre frase: “Terra à vista” foi dita, um indivíduo com pinturas estranhas na cara, um cocar e uma bermuda jeans, retrucou: - Se for à vista tem desconto, ou fazemos em três vezes no cartão.
Cabral, que já havia fumado “um”, foi quem tratou dos negócios. Consignou dez das treze caravelas e assim partiu de volta para Portugal com as outras. Em primeiro a Cabral, em segundo Vasco da Gama e terceiro Bota-Fogo, que acabou afundando. Fez-se então o primeiro “negócio da china” em terras luso-americanas, digo brasileiras.
Era preciso um nome de batismo. Devido a uma árvore denominada Pau-brasil, na qual extraia-se uma resina avermelhada, repare que desde os primórdios o Brasil esteve no vermelho, foi dado o nome a essa terra de Brasil. Acharam conveniente não chamá-la pelo primeiro nome.
Em 26 de abril, o Frei Henrique de Coimbra realiza a primeira missa oficial onde uma legião, sem ter mais o que fazer, assistem atônitos a pregação do mandamento “não matarás”, uma tentativa de coibir uma ação futura. Cria-se assim a LBV, legião da boa(?) vontade. Uma coleta foi feita ao final da celebração com a passagem de várias cabaças, até porque o termo virgem ainda não havia sido inventado, fora arrecadado doze sacos de pena, duzentos cocar, quinhentos arcos e três mil flechas. Deu-se início ao primeiro carnaval com o resultado de trezentas mortes e duzentos e cinqüentas prisões. Instalou-se o primeiro presídio de segurança mais-ou-menos, o Carandirú.
Há quem diga que não foi bem assim. Bom, mas ai são outras histórias...