Córrego do Ipiranga - SP
IPIRANGA, UM GRITO DE SOCORRO
Antes por certo era um lugar esplendoroso, mata nativa, hoje extinta. A mata atlântica beirava as margens plácidas do riacho Ipiranga. Águas cristalinas e abundantes. O cheiro que predominava as suas ribanceiras era o cheiro do mato, das flores, o cheiro da natureza.
O homem apenas caminhava sobre suas margens, como outro animal qualquer, a compor o cenário ainda imaculado pela ganância do capitalismo, que aos poucos fora destruindo a beleza que a natureza nos ofereceu.
A algumas dezenas de anos, o homem ergueu o primeiro palácio, denominado hoje de “o Museu do Ipiranga” bem em frente ao local onde D Pedro I, segundo os historiadores, deixou ecoar o grito de liberdade da colonização portuguesa, tornando o Brasil, um país livre do julgo da Coroa de Portugal, para tornar-se reino independente na América do Sul.
A São Paulo cresceu. No Ipiranga outras habitações surgiram ao longo do tempo. A vegetação nativa fora sumindo e mais construções surgiram.
O desenvolvimento não podia parar e mais construções foram erigidas. O que era floresta passou a ser um parque com todas as árvores existentes plantadas. O que havia quando da mata atlântica, agora se sabem apenas através dos livros de história e sabem aqueles que os lêem.
Das belas margens plácidas do tempo de D. Pedro, restaram as margens flácidas de um córrego poluído e de um mau cheiro insuportável. Se hoje, com certeza D. Pedro I, ao invés de gritar “Independência ou Morte”, teria gritado; mau cheiro a vista, protejam as suas narinas.
Que pena nós brasileiros, através de nossos representantes, os administradores políticos, não nos importarmos com as nossas memórias, nossa história, nosso passado.
Visitando a Europa recentemente, conheci pequenos córregos e grandes rios de água cristalina, onde as pessoas locais sabem suas histórias, suas nascentes, suas desembocaduras e são verdadeiros guardiões de preservação de seus leitos.
Os nossos governos esqueceram ou fingem não saber, que pensar o todo e em todos é a melhor maneira de pensar em si mesmo e em seus descendentes.
Ao chegarem ao comando, aprendem com espantosa rapidez a pensar no poder e no dinheiro fácil. Nizan Guanaes escreveu; “quem pensa só no dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grade canalha. Geralmente os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma”.
Mas ao mestre faço lembrar, que os nossos políticos, construíram antes sim, porém a vontade de dilapidar o patrimônio de todo um povo, de toda essa gente nativa do Brasil. Isso vem de longe, desde o tempo do Brasil Colônia. Porque quem nos colonizou deixou muitos ensinamentos “maracutáicos”. Maracutáicos? Se você não sabe, não me pergunte.
Rio, 27/12/2010
Feitosa dos Santos
IPIRANGA, UM GRITO DE SOCORRO
Antes por certo era um lugar esplendoroso, mata nativa, hoje extinta. A mata atlântica beirava as margens plácidas do riacho Ipiranga. Águas cristalinas e abundantes. O cheiro que predominava as suas ribanceiras era o cheiro do mato, das flores, o cheiro da natureza.
O homem apenas caminhava sobre suas margens, como outro animal qualquer, a compor o cenário ainda imaculado pela ganância do capitalismo, que aos poucos fora destruindo a beleza que a natureza nos ofereceu.
A algumas dezenas de anos, o homem ergueu o primeiro palácio, denominado hoje de “o Museu do Ipiranga” bem em frente ao local onde D Pedro I, segundo os historiadores, deixou ecoar o grito de liberdade da colonização portuguesa, tornando o Brasil, um país livre do julgo da Coroa de Portugal, para tornar-se reino independente na América do Sul.
A São Paulo cresceu. No Ipiranga outras habitações surgiram ao longo do tempo. A vegetação nativa fora sumindo e mais construções surgiram.
O desenvolvimento não podia parar e mais construções foram erigidas. O que era floresta passou a ser um parque com todas as árvores existentes plantadas. O que havia quando da mata atlântica, agora se sabem apenas através dos livros de história e sabem aqueles que os lêem.
Das belas margens plácidas do tempo de D. Pedro, restaram as margens flácidas de um córrego poluído e de um mau cheiro insuportável. Se hoje, com certeza D. Pedro I, ao invés de gritar “Independência ou Morte”, teria gritado; mau cheiro a vista, protejam as suas narinas.
Que pena nós brasileiros, através de nossos representantes, os administradores políticos, não nos importarmos com as nossas memórias, nossa história, nosso passado.
Visitando a Europa recentemente, conheci pequenos córregos e grandes rios de água cristalina, onde as pessoas locais sabem suas histórias, suas nascentes, suas desembocaduras e são verdadeiros guardiões de preservação de seus leitos.
Os nossos governos esqueceram ou fingem não saber, que pensar o todo e em todos é a melhor maneira de pensar em si mesmo e em seus descendentes.
Ao chegarem ao comando, aprendem com espantosa rapidez a pensar no poder e no dinheiro fácil. Nizan Guanaes escreveu; “quem pensa só no dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grade canalha. Geralmente os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma”.
Mas ao mestre faço lembrar, que os nossos políticos, construíram antes sim, porém a vontade de dilapidar o patrimônio de todo um povo, de toda essa gente nativa do Brasil. Isso vem de longe, desde o tempo do Brasil Colônia. Porque quem nos colonizou deixou muitos ensinamentos “maracutáicos”. Maracutáicos? Se você não sabe, não me pergunte.
Rio, 27/12/2010
Feitosa dos Santos