O discurso do melhor amigo - Crônicas curtas -

- Atenção, atenção! Gostaria de fazer um brinde a esse casal que está aqui presente, e que nos honra com sua determinação, afeto, coragem, entre outros atributos tão necessários, para chegar ao ponto de unir sua alma e seu corpo.

- O que falar desse homem que conheci ainda menino, sempre aprontando travessuras. Crescemos juntos, frequentamos as mesmas escolas, mesmas festas; e que festas hein Antônio? Lembra? Você aprontava todas, tem aquela que você desfilou pelo saguão do hotel vestido de Adão com três Evas. O gerente nos expulsou na hora...

- Como é?

- O Antônio está fazendo gestos e sussurrando algo. Desculpa, mas não estou entendendo nada.

- Bom, continuando...

- Sem contar quando fomos presos com o carro cheio de prostitutas e você com a bunda de fora na janela, bem do lado da viatura, que azar cara, que azar.

- Na festa da Aninha eu lembro que você estava alucinado, tanto é que levou a mãe dela pro quarto...

- Não seu Agostinho, não se preocupe isso faz muito tempo e...

- Olha lá o Antônio continua fazendo gestos, esse cara, sempre humilde.

- Ah! E o desfalque naquela casa de massagem? Ainda me lembro do seu sotaque francês, só você mesmo.

- Não faz muito tempo encontrei a Glorinha, tava com um barrigão...

- Não foi você, foi?

- E...

- Bom, eu desejo muito sucesso nesse casamento!