## P A Z ... #
Após uma longa caminhada resolveu parar...
Descansar debaixo daquelas árvores pareceu acolhedor para quem andava atropelando os dias e noites sem ao menos sentí-los passar. Nesse momento achou que merecia parar. Olhar o céu, o canto dos pássaros, o farfalhar das folhas... um momento enfim para si mesma.
Ficou ali, deitada no banco do parque. Por vários minutos parou de ouvir qualquer barulho que não fosse do vento, dos pássaros das folhas... Como era bom sentir que havia vida fora no chão, do asfalto, dos engarrafamentos. Como era perfeito o céu e o seu criador! Como era bom este contato. Por que não fazia isso todos os dias? Tempo...? Sempre ele como desculpa para cobrir culpas. De repente os pássaros se agitaram um pouco mais, fazendo uma arruaça danada no céu. O que os perturbava? Ficou ai, olhando, sem querer, de repente se viu sem pensar em nada! Imagine! Sem pensar em nada!!!! Que delícia essa tranquilidade... enquanto tantos corriam, trabalhavam, carros buzinavam e a humanidade aflita corria....
Os pássaros enfim se acalmaram...ela fechou os olhos e pôde sentir-se leve. Leve como nunca se sentira antes....
Abriu os olhos e tudo continuou. O canto dos pássaros, as árvores, a paz....
Enquanto isso, no banco do parque, pessoas se juntavam pra olhar a moça que não acordava. Com um ar extremamente tranquilo, parecia não mais respirar.
Palavras soltas juntavam-se à revoada dos pássaros...
- Nossa, uma moça tão nova...
(Taciana Valença)