O Amor !
O Amor
Amor! O mais profundo sentimento do ser humano. Mais elevado, perfeito e prazeroso. O mais dignificante. Engrandece quem do mesmo é possuído. Purifica e enleva quem ama; tudo provê, com a verdadeira riqueza, como se vê no canto de Paulo Neruda: “Antes de amar-te, amor, nada era meu...tudo era inalienavelmente alheio “.
Nele a condição humana atinge seu ponto culminante. Sua verdadeira sublimidade. Simboliza o melhor sentido da existência. Nada vale em sua ausência. É só o vazio. Não há poder, nem riqueza que possa substituí-lo. Amar é ato de valor!
Dá encanto à vida enriquece a alma. Aviva o corpo. Redime de todos os enganos. Resgata de todos os erros. Compensa de todos os infortúnios. Liberta de todos os comprometimentos. Salva de todos os pecados. É o milagre da vida! Milagre do ser humano! É que o amor é a síntese de todas as boas qualidades pessoais. O bem, a verdade, a fraternidade, estão nele integrados, numa perfeita harmonia.
Atividade do coração – profunda, intensa e permanente - dirigida para alguém, deseja, acima de tudo, o bem do outro – amor de mãe, amor de filho, amor de amante(esta palavra no sentido literal e elevado, isto é, aquele que ama:esposo,esposa,namorado). E até uma idéia – dedicação ao saber, à ciência, às artes. E para um objeto de estimação. É sempre benovolência.
Assim, é tendência totalmente oposta ao egoísmo; sim, dedicação, oferta, consagração, de que já nos falava Tolstói: “O verdadeiro amor tem sempre por base a renúncia ao próprio bem individual”.
Quer dizer. Ama-se, antes de tudo,para o bem de quem, ou do que se ama. Um afeto dirigido para, mesmo que se deseje a reciprocidade, quando, então, tudo se completa. Amar e ser amado. É tudo na existência pessoal. E sempre de maneira convicta. Quem ama não tem dúvidas. Já dizia a inspiração lírica da música de Vinicíus de Moraes e Tom Jobim: “Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida...”
Essa certeza íntima da imutabilidade eterna do afeto distingue o verdadeiro amor do impulso súbito da afetividade, chamado “paixão”, a qual tende a desaparecer tão rapidamente como surge.
De tal maneira, o amor desenvolve e completa a pessoa dotada, conforme já elucidava o notável poeta Rainer Maria.
Rilke, em suas célebres “Cartas a um jovem Poeta” : “Amar...é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, tornar-se um mundo”.
Sim, tornar-se um mundo é completo, neste caso, de felicidade.
E assim é que isso permite ao amor ser uma concordância, um encontro que leva à comunhão, em ambas partes, de sentimento, motivação e vontade, razão de iluminada frase de Saint-exupéry(“Terra dos Homens”) : “Amar não é olhar um ao outro, é olhar juntos na mesma direção”. Dessa convergência sincrônica, é que decorre a perenidade da caminhada sem fim. Quanto mais longa, mais se autentifica. Pois o amor verdadeiro é, ao mesmo tempo, afetividade fecunda, consciência clara, plena independência e completa liberdade.
Sem liberdade não se ama. Com medo não se ama. Coragem de ser é fundamental para, verdadeiramente, amar e ser amado. Por tudo isso, a opressão constrange a afetividade. Bloqueia a raiz do amor. Do mesmo modo, a submissão, que anula a afetividade construtiva em sua origem.
Assim, o verdadeiro amor não tem fim. Existe para sempre, a oferenda do amor humano, e na caridade do amor divino. Amor eterno!
Se não é eterno, não é amor. É ilusão de amor. E a desilusão desfaz tudo, ao despertar.