A GRANDEZA DE DEUS
A primeira vez que fui a uma cachoeira era criança, chegamos pela manhã, um sol de dezembro , descansamos e fomos até ela que ficava perto de casa.
Nunca vou esquecer a sensação que senti, entramos pelo caminho que tinha um arco de árvores, cipós, tudo fresquinho mesmo o sol forte lá fora. De repente aquele barulho,a nossa frente toda natureza falava,aquela sensação inesquecível, deu um aperto no peito, uma vontade de dizer algo, uma vontade de dividir aquela sensação com o mundo e ao mesmo tempo calar, sentir, para guarda-la para sempre.
Muitos anos passamos férias lá até que aos dezesseis anos voltei a praia, já tinha ido quando criança e nem me lembrava direito. Nesse dia chegamos de madrugada,deixamos as malas na casa e fomos ver o sol nascer...Meu Deus, que sensação...sentimento maravilhoso, nada compara ao sol nascendo, as ondas vindo forte, descansando aos seus pés, como te saudando, obedecendo a um comando maior, mostrando que até as ondas se acalmam quando alguém a aprecia, admira...Ficar ali parada, recebendo a brisa no rosto, corpo e depois sentir as ondas voltando, parece que te leva com ela, é uma sensação de ser pequena de uma forma tão sublime que quanto menor mais podemos nos integrar aquele espetáculo sem fim.
Outra vez foi numa viagem a Bahia, de carro, quando chegamos a Chapada Diamantina, aquela imensidão a minha frente, só consegui olhar, olhar e olhar, não precisava dizer nada, a natureza ali, sem construção, sem a mão do homem só ela e toda ela...Na volta como Deus me agradecendo pela admiração que senti ao conhece-la me presenteou com uma das mais bela cena que já vi.
Onde eu estava na estrada, era sombra, mais para frente o sol fraco e garoa, mais adiante sombra outra vez e no meio onde o sol batia um arco-íris que dava sensação de acabar bem embaixo na Chapada, nem me passou pela cabeça que lá tinha tesouro, pois o maior tesouro estava ali, naquele momento ofertada por Deus.
Nesses muito momentos que tive e ainda vou ter na minha vida é que aprendi que quando nos sentimos pequeno, não é por nossa causa e sim pela atitude e obras dos outros...Não dá para se defrontar com algo belo, criado com amor e sentirmos pequenos, ao contrário, quanto mais pequeno, mais integrados a essa beleza queremos estar.