À SOMBRA DO IMBONDEIRO
As páginas iniciais deste livro poderiam se constituir num capítulo de abertura de um romance. E o que se segue empolga como se se tratasse realmente de uma obra de ficção. A vida de Antonio Marcelo transcorre em três continentes: a Europa de onde se originou sua família, a África, onde ele nasceu, cresceu e viveu até que a Revolução dos Cravos, em abril de 1975, promovesse uma inesperada reviravolta na sua vida e na vida de todos os angolanos brancos, subitamente defrontados com a cruel realidade de ter que desfazer-se de tudo e buscar a continuidade no desconhecido que tiveram que moldar cada qual a sua maneira. No caso presente, esse futuro nebuloso ganhou contornos e luzes no Brasil.
Este relato emocionante está repleto de episódios variados, o que bem espelha a pluralidade da força empreendedora do autor. Sua infância em Luanda é pintada em cores pitorescas, embora a crueza da realidade venha descrita no substrato das suas experiências de criança pertencente a extratos superiores da comunidade. Sua formação em Portugal e seu engajar no momento político violento e palpitante que varreu Angola e produziu uma luta fratricida, vem descrita em lances verdadeiramente rocambolescos, como, por exemplo, a cena em que enfrenta um dos julgamentos sumários a que eram submetidos os patrões brancos.
A vida de Angola, mais propriamente de Luanda, antes e depois da independência política, duas faces de uma moeda marcada pela diferenciação, vem narrada pela ótica de um cidadão que a viveu, dando-nos assim uma perspectiva diferenciada do que relata a história oficial.
O livro se encerra com uma espécie da canto de amor ao Brasil, um preito de gratidão ao país que propiciou ao escritor reerguer-se do baque que fez deixar para trás o patrimônio construído por duas gerações. Mas a narrativa não tem jamais a frieza de um relatório impessoal: permeiam fatos ora hilários, ora dramáticos. Fala de amores, de traições, de efêmeros finais felizes, num singular retrato da vida que se recompõem mesmo à custa de sofrimento.
Leitura leve no sentido de que o texto flui fácil, traça o panorama de uma época e de um momento histórico, ao mesmo tempo em que traz valiosas informações de caráter humano e sociológico.
É um libelo contra o autoritarismo e uma louvação da livre iniciativa. Crendo nisso foi que Antonio Marcelo venceu os obstáculos para tornar-se um homem vitorioso.
Aercio Consolin
Escritor
http://asombradoimbondeiro-antoniomarcelo.blogspot.com/
As páginas iniciais deste livro poderiam se constituir num capítulo de abertura de um romance. E o que se segue empolga como se se tratasse realmente de uma obra de ficção. A vida de Antonio Marcelo transcorre em três continentes: a Europa de onde se originou sua família, a África, onde ele nasceu, cresceu e viveu até que a Revolução dos Cravos, em abril de 1975, promovesse uma inesperada reviravolta na sua vida e na vida de todos os angolanos brancos, subitamente defrontados com a cruel realidade de ter que desfazer-se de tudo e buscar a continuidade no desconhecido que tiveram que moldar cada qual a sua maneira. No caso presente, esse futuro nebuloso ganhou contornos e luzes no Brasil.
Este relato emocionante está repleto de episódios variados, o que bem espelha a pluralidade da força empreendedora do autor. Sua infância em Luanda é pintada em cores pitorescas, embora a crueza da realidade venha descrita no substrato das suas experiências de criança pertencente a extratos superiores da comunidade. Sua formação em Portugal e seu engajar no momento político violento e palpitante que varreu Angola e produziu uma luta fratricida, vem descrita em lances verdadeiramente rocambolescos, como, por exemplo, a cena em que enfrenta um dos julgamentos sumários a que eram submetidos os patrões brancos.
A vida de Angola, mais propriamente de Luanda, antes e depois da independência política, duas faces de uma moeda marcada pela diferenciação, vem narrada pela ótica de um cidadão que a viveu, dando-nos assim uma perspectiva diferenciada do que relata a história oficial.
O livro se encerra com uma espécie da canto de amor ao Brasil, um preito de gratidão ao país que propiciou ao escritor reerguer-se do baque que fez deixar para trás o patrimônio construído por duas gerações. Mas a narrativa não tem jamais a frieza de um relatório impessoal: permeiam fatos ora hilários, ora dramáticos. Fala de amores, de traições, de efêmeros finais felizes, num singular retrato da vida que se recompõem mesmo à custa de sofrimento.
Leitura leve no sentido de que o texto flui fácil, traça o panorama de uma época e de um momento histórico, ao mesmo tempo em que traz valiosas informações de caráter humano e sociológico.
É um libelo contra o autoritarismo e uma louvação da livre iniciativa. Crendo nisso foi que Antonio Marcelo venceu os obstáculos para tornar-se um homem vitorioso.
Aercio Consolin
Escritor
http://asombradoimbondeiro-antoniomarcelo.blogspot.com/