Qual a tua?
Qual é a tua cara?
Ninguém sabe a mágoa que trago no peito
Quem me ver sorrir desse jeito
Nem se quer sabe a minha solidão.(Benito de Paula)
Engraçado esta coisa da casca, embalagem.
A pressão da imagem sobre a essência.
verdades se ocultam atrás de um sorriso de uma maquiagem.
Vive-se o tempo que a imagem busca superar a essência.
Assim temos frutos mais bonitos e menos saborosos. Pessoas mais lindas, mas vazias como rio que secou e seu leito virou estrada de pedregulhos, o vazio.
Há um perfume exagerado espalhado pelo ar a nos embriagar e querer apagar toda a podridão que se alastra por todo o seio da sociedade. Perfuma-se e deteriora na alma e nas relações.
O sorriso vem como uma mascara para o vazio, para as terríveis
decepções, frustrações, que a sociedade experimenta num exercício devastador do mais querer e ter. Perde-se o senso de responsabilidade e de compromisso com o mais importante de cada ser e assim temos pessoas sorrindo, mas pessoas tristes e excludentes, espalhando todo tipo de preconceitos e fobias.
Onde vai parar esta corrida desenfreada, que as pessoas se perdem, não Conseguindo ver um palmo ao seu lado, que seja em direção ao irmão.
Vivemos o mundo do individualismo, o olhar perdido no próprio umbigo,
ornado com um piscing de aço, para fazer parceira com o coração de ferro.
Um mundo de pessoas que se fraternizam, que se irmanam, num objetivo comum do bem estar é o sonho, que alimenta este motor, que ainda pode mudar os rumos de nossa sociedade degradada pelo tempo.
Com olho vivo nesta onda de xenofobia,que se espalhou pelo Brasil após o pleito eleitoral.
Toninhobira.
17/11/2010.