O "NADA" EXISTE OU EXISTE NADA?

“Tudo na vida não tem importância!”, já dizia Dostoievsky…Nada tem importância... Mas, o que é o "nada"? Seria o incognoscível além das fronteiras do nosso Universo conhecido? Ou esse pretenso "vazio" é algo que o homem ainda não conseguiu perceber com seus próprios olhos?

Ao pensar no “nada”, o associamos a ausência de qualquer coisa, ao vazio absoluto. Filósofos e físicos sempre questionaram se "o nada existe" ou "porque existe alguma coisa, ao invés do nada". Kant definiu o nada como a ausência de qualquer coisa. Sartre tratou o nada em oposição ao ser, que é o existir de algo. Heidegger pergunta "por que existe o ser e não o nada?".

No nada não existe nem o espaço, isto é, não há coisa alguma, nem um lugar vazio. Isto é, não se pode estar no nada. O nada é, pois, um não-lugar. Quando se fala de existência se fala da existência de algo. O nada não é coisa alguma, logo não existe.

Alguns estudiosos da Cosmologia afirmam que o Universo, partindo do instante zero, através do Big Bang, iniciou sua expansão, gerando tudo o que existe. Antes, porém, não havia coisa alguma, nem vácuo, nem energia, nem espaço vazio para se ter alguma coisa. Seria o nada. Outros teóricos afirmam que o Big Bang produziu o Universo a partir de um estado anterior de alta densidade e temperatura. Portanto o Universo sempre existiu, jamais se originando do nada. Em outras palavras, sempre teria existido algo.

O "nada" - ou os vazios quânticos - é uma das principais preocupações da ciência atual. No "nada", parece, está a matriz do Todo. Ou de tudo. Ou do universo material em que vivemos. '"O vazio está cheio de alguma coisa que não é matéria", define Henri Laborit, biólogo francês . No vazio quântico há tudo e nada, ao mesmo tempo.

Einstein pensou ter identificado no universo essa força invisível contida no "nada" e a definiu como "constante cosmológica". Desacreditada - e até repudiada pelo próprio Einstein, depois - a constante foi recentemente reabilitada com as descobertas do telescópio espacial Hubble. O Hubble não detectou a chamada "massa invisível" que, segundo os astrônomos, seria 90% de todo o cosmos e responsável para produzir o Universo. O Hubble demoliu essa crença e pôs no seu lugar uma explicação parecida com a constante cosmológica. A de que há alguma coisa muito poderosa no "nada" dando origem ao todo - e muitos até a estão chamando de Deus. Para o físico inglês Stephen Hawking isto não é novidade. Ele já vem falando da "mente de Deus" para justificar o comportamento da matéria que volta para o "nada" pelas goelas dos insaciáveis buracos negros e atravessa a barreira do tempo".

A ciência moderna nega a existência de um "nada" absoluto, quando afirma existir algo indefinível, indetectável, uma fonte de "informações" além do Universo detectável. A física quântica, com muito esforço e uma paciência de Jó, tenta provar que existe alguma coisa além do Universo incognoscível. Talvez leve milênios, mas acredito que, um dia, teremos a prova cabal de que o "nada" existe!

Giustina
Enviado por Giustina em 20/11/2010
Reeditado em 20/02/2014
Código do texto: T2626606
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