Permita-se - 100 viagens que toda mulher precisa fazer (2)
 
 
E aqui estou eu novamente tentando absorver as boas qualidades do livro100 viagens que toda mulher precisa fazer. (2)

Mais não leio que leio a parte que relaciona os destinos chamados de Permita-se. É um verdadeiro festival de endereços de lojas onde poderemos nos regalar comendo, bebendo e comprando algumas coisinhas mais. Há uma sessão inteira para a compra de lingerie.  Não faz o meu gênero de viagem, mesmo quando se referem ao maravilhoso chocolate. Eu me permito comer e beber o que gosto, comprar o que me der na telha, mas não sair especificamente para fazer isso.

Mas, como o primeiro destes destinos é Amsterdã tenho que concordar com a indicação. Estive lá e me apaixonei pela cidade dos contrastes. A autora confirma – é a cidade mais progressista do mundo e também a mais depravada, dependo da cabeça. Já que O caminho dos excessos leva a verdadeira sabedoria(Willian Blake) aproveitem para sair de lá sábios, o que não aconteceu comigo, pois só apreciei os excessos, não os cometi. Logo depois a autora nos conduz pelos caminhos da champagne, na França e ainda pelos endereços das melhores lojas e butiques do mundo. Na opinião dela, é claro, e de uma quantidade incalculável de madames que viajam só com esse objetivo: o de comprar. Então ela nos guia pelas lojas de Dubai, Barcelona, cidade maravilhosa e cheia de atrativos que o livro ignora (nada melhor do que passear pelas Ramblas) e a Índias, se o que quer é um visual de Bolywood. Desses destinos o único que chama a minha atenção é o México, mais exatamente Oaxaca, onde acho que deve valer à pena conhecer a MARO que é uma cooperativa de artesanato. E nos destinos seguintes que nos conduzem ao Reino do Chocolate, o México também está o que significa que realmente o meu interesse em ir para esse país um dia (não estou achando companhia – ninguém quer ir ao México) vai valer à pena. Tenho comido muito chocolate nesses últimos tempos inclusive em alguns destinos indicados pelo livro – na Bélgica (Bruxelas e Bruges), e em Amsterdã. Mas a autora se esqueceu do Chile e da Argentina pois foi onde ultimamente me regalei, inclusive tendo passado mal em Bariloche depois de uma sessão mais ou menos pesada de chocolate quente. Nessa série ela também lista os melhores endereços para saborear sorvetes, incluindo aqui Itália, que conheço e México que ainda vou. Na Itália eu me deliciei com os sorvetes em Florença onde as vitrines exibem verdadeiras esculturas de sorvete, imensas, parecendo geleiras, mas acho viajar para tomar sorvete bastante sem sentido. Acho curioso também dizer que tomo sorvete porque sorvete não é líquido. Ou é? Gosto muito de sorvete e prefiro os cremosos e crocantes. Mas existe uma contra indicação: sorvete me faz doer a cabeça, embora seja uma dor momentânea. Mas é quase insuportável. Também não viajo atrás de comida embora goste demais de comer. ´É que tenho um problema sério – não como quase nada que venha do mar – só bacalhau e sardinha em lata. E isso porque aprendi a comê-los em criança e meu estômago não os considera do mar e os aceita. Lá fora passo apertada. No Chile foi um verdadeiro horror porque a maioria dos restaurantes ao nosso alcance era de produtos do mar. Aqui no Brasil isso não me incomoda. O Roberto, por exemplo, que faz o melhor peixe da cidade o serve acompanhado de arroz, tomate, batata frita e azeite. Eu como os acompanhamentos e fico feliz. Mas no Chile não tinha isso do jeito que gosto, o que não significa que eu não experimente a culinária do lugar para onde viajo. Desde que não seja do mar. Ou carne de bode, cruz credo.

Essa sessão, que como eu já disse chama-se Permita-se aconselha-nos ainda a viajar para a República Tcheca, uma cidade chamada Cesky Krumlov, onde poderemos escolher beber cerveja tcheca, comprar artesanato, cristais, tirar belas fotos e visitar o Museu da Tortura. Ou ainda Zanzibar, na Tanzânia, com suas praias de finas areias brancas.

Estou aqui pensando com os meus botões que se eu escrevesse um capítulo para um livro sobre viagens chamado Permita-se, eu indicaria destinos bem mais interessantes. Muitos ainda estão em minha lista de espera e certamente vou permitir-me conhecê-los ainda. Eu não sou xenófoba, adoro conhecer pessoas de todas as raças e culturas e ando achando viajar para o estrangeiro o máximo. Mas voltando eu fico mais feliz ainda por compreender a maravilha que é este nosso grande país grande. Portanto eu aconselho a todos a se permitirem conhecer esse país tão cheio de contrastes que é o nosso Brasil. Por exemplo, quem quiser ver cristais belíssimos, venha para Poços de Caldas, aqui pertinho de mim e quem preferir se regalar com areias brancas e finas pode ir para o nordeste. Beber cerveja, bebe-se em qualquer boteco da esquina, nem precisa sair de casa.