QUER SABER DE UMA COISA? FODA-SE!
Estive lendo, hoje, um artigo do Millôr Fernandes, intitulado "O direito ao foda-se". Bem ao estilo do escritor, escrito com bom humor e perspicácia. Ele discorre sobre os benefícios do palavrão, até como um antídoto contra os estresse.
Fiquei a pensar, sem os meus botões, já que hoje estou com uma roupa que não tem botão... Incrível como o palavrão se incorporou ao cotidiano do brasileiro, de tal forma que alguns acabaram perdendo a conotação pejorativa e se firmaram como uma espécie de gíria.
Na verdade a palavra de baixo calão, ou palavrão, é um vocábulo que pode ser classificado como gíria. Muitas vezes imprópria, ofensiva ou imoral, dependendo do ponto-de-vista de cada um. É por isso que as histórias em quadrinhos que se dirigem ao público infantil, utilizam os palavrões com desenhos de cobras e lagartos. E os desenhos animados da TV usam sons para substituir o palavrão..
Os dicionários divergem quanto à classificação de certos palavrões, se ofensivos ou populares . Sendo um apêndice linguístico, os palavrões nascem, duram um tempo e morrem. Por exemplo, "vá para o inferno" ou "desgraçado" já foram ofensivos em épocas muito religiosas, como a Idade Média, porque perder a graça de Deus era terrível.
No artigo do Millôr, o "foda-se" até que se torna agradável, pois é usado como uma forma de "lavar a alma" daquilo que nos oprime ou irrita. É vista como uma expressão que indica que a pessoa não está nem aí com os outros, que está indignada ou sem paciência. Aos corajosos dá até vontade de dizer isso ao chefe... rsrsrs!
É assim que ele encerra o texto: "O direito ao 'foda-se!' deveria estar assegurado na Constituição Federal. LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE E FODA-SE".