ANSILGUS, DESCOBRI QUE JÁ EXISTIU A MULHER MACAXEIRA!!!
Lenda de Mani, registrada em 1876, pelo folclorista Couto de Magalhães:
"Em tempos idos, apareceu grávida a filha dum chefe selvagem, que residia nas imediações do lugar em que está hoje a cidade de Santarém. O chefe quis saber quem era o autor da desonra de sua filha, para puni-lo. Mas moça permaneceu inflexível, dizendo que nunca tinha tido relação com homem algum. O chefe estava decidido a matá-la, quando lhe apareceu, em sonho, um homem branco, dizendo que ela era inocente e não tinha tido relação com homem. Passados os nove meses, ela deu à luz uma menina lindíssima e branca, causando surpresa, na tribo e nas nações vizinhas aquela nova e desconhecida raça. A criança teve o nome de Mani, andava e falava precocemente, morreu ao cabo de um ano, sem ter adoecido. Foi enterrada dentro da própria casa e a sepultura era regada diariamente, segundo o costume do povo. Após algum tempo, brotou da cova uma planta que, por ser inteiramente desconhecida, deixaram de arrancar. Algum tempo depois, a terra se fendeu, os índios a cavaram e julgaram reconhecer no fruto enterrado o corpo de Mani. Comeram-no e assim aprenderam a usar da mandioca."
Câmara Cascudo acrescenta que o nome mandioca advém de Mani + oca, significando casa de Mani. É, segundo este autor, um mito tupi.
Macaxeira, também conhecida como aipim ou mandioca doce, é uma raiz comestível de grande importância na culinária brasileira. No Nordeste, ela é conhecida como macaxeira. No Sul, como aipim ou mandioca. Rica em carboidratos, é um ótimo alimento para quem pratica atividade física.
No Brasil, o termo mandioca carrega alguma conotação sexual, sendo associado ao órgão genital masculino, geralmente de maneira jocosa. Olha o Yahoo: "Macaxeira engorda? Engorda e engravida. Cuidado com a macaxeira que ela te pega, e pega daqui e pega dali e pega de jeito. Coma moderadamente".
Vocês devem estar se perguntando porque estou escrevendo sobre um tema tão inoquo. A idéia surgiu do comentário do meu amigo Ansilgus, na minha crônica "O Reinado das Bundas no Brasil". Dizia ele "...veja se alguma mulher já inventou de ser a mulher macaxeira". Pois eu, muito curiosa, revirei a Internet e descobri o quê? Que ela existe, sim! Olhem só:
1- Setembro/2010 _ Do blog do Professor Sezimar: "Esta semana em Jardim de Angicos (RN) ficou marcada por uma mandioca que tem o formato semelhante a um corpo de uma mulher. A satisfação da população é tão grande que os curiosos saem pelas ruas da cidade mostrando o aipim. Por onde a macaxeira passa chama atenção das pessoas para admirar o grande feito da natureza, tirar fotos e colher mais informações sobre o aipim, que se transformou na atração da cidade".
2- Até os anos 30, Recife conviveu com uma tensão carnavalesca entre o modelo europeu nos salões e o frevo nas ruas. Não faltavam imagens para demonstrar a multiplicação do frevo. Desde anúncios de remédios que faziam referência ao carnaval, até a coleção de fantasias de frutas (sim, naquela época já havia quem brincasse como “mulher laranja”, “mulher lagosta” ou “mulher macaxeira”, mas com fantasias bem mais comportadas que a atual “melancia”).
Então, Ansilgus, não é que a tal "mulher macaxeira" brotou aí na boa terra do teu Recife?