ATÉ BREVE
ATÉ BREVE...
Hoje resolvi escrever sobre um tema que nos causa inúmeros sentimentos: A MORTE.
Por que morremos? O que é a morte? O que acontece quando morremos? São tantos questionamentos e não temos nenhuma certeza para respondê-los. Sabemos apenas, que morrer faz parte da vida. Recentemente li um livro, cujo título é de uma sabedoria ímpar: “Morrer não se improvisa”, vejam quanta verdade contém essa frase. Passamos a vida seguindo métodos para atingirmos o bem-estar físico e mental; receitas de felicidade; instruções para atingir o sucesso... Em fim, uma imensidão de fórmulas mágicas da perfeição. Todavia, esquecemos que somos finitos e a morte é o aviso dessa nossa condição.
Possuímos uma cultura enraizada no apego, onde fugimos de encarar que um dia, que não sabemos qual, vamos perder todas essas construções ilusórias com as quais nos cercamos, na esperança que elas nos tornem imortais.
Já que morrer é nosso risco diário, por que, também, diariamente não nos preparamos para uma boa morte?
• Devemos aproveitar todos os prazeres que o mundo da tecnologia põe ao nosso dispor. Porém, sabendo que toda essa tecnologia foi criada para nos servir e não para nos escravizar.
• A ciência conseguiu desenvolver técnicas que nos deram uma maior perspectiva de vida. Doenças antes desimativas, hoje já têm cura. Só precisamos usá-la de forma preventiva. Hábitos alimentares mais naturais fazem parte dessa prevenção.
• Procurar desenvolver uma forma consciente de estar vivo. Sabendo que, não somos o centro do universo e assim como disse o poeta: “você verá que a história não tem fim, continua sempre que você diz sim a sua imaginação... A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não...”
Essas são simples atitudes, mas que nos põe em equilíbrio. E quando estamos nessa condição, nos conectamos com nossa essência divina e despertamos para entender que a “única permanência é que tudo vai mudar” e morrer é uma mudança. Pois, a morte nos faz pensar na vida. Se dermos um significado à nossa morte, encontraremos uma nova perspectiva para nossa existência. A morte é uma oportunidade de cura para o espírito, pois quando nos abrimos para acolher a dor dos outros, acolhemos a nossa própria dor. Todos nós curamos uns aos outros e esta é a grande dança da vida, a completude das diferenças. O que falta em mim para me tornar melhor, encontro no outro.
O padre ortodoxo Jean Yves Lelaup escreveu: “O momento da morte é o mais elevado da vida.” Por isso, nesse instante tão importante podemos murmurar como o poeta místico Bayazid Bistami: “ Ò PAI, AFASTA O EU SOU DE MIM E DE TI, ATÉ QUE HAJA APENAS TU...”
IAKISSODARA CAPIBARIBE.