Os pichadores da noite
Fato que preocupa as autoridades, e até mesmo cidadãos comuns como nós, são os pichadores. Eles agem na calada da noite. São vândalos que se identificam por grafias vistas como supostas assinaturas ou símbolos. Agem em grupos e quanto mais arriscada é a proeza, maior a repercussão comemorativa entre seus participantes.
Monumentos de valor histórico, prédios residenciais, lugares que não atendem a nenhum desses requisitos, mas que impõe periculosidade para o seu acesso. Quem vê imagina: como conseguiram chegar lá! Valem-se da estratégia de impacto e se vangloriam da ousadia.
Quanto mais arriscada e atrevida for a manobra, mais alimento para seus egos. Simples sabor da vitória sem troféu.
Difícil reprimi-los, uma vez que são autênticos oportunistas. Basta uma distração e lá se vai o caprichado aspecto de uma parede recém pintada.
Há prédios em que foram instalados sistemas de câmeras visando à prevenção contra esse tipo de investida e não apenas a segurança contra a ação de larápios. Propósitos diferentes, mas todos atendem à proteção do patrimônio.
A pichação de um monumento histórico realmente agride a pessoas de boa educação e de bons costumes. Nem falo de uma educação erudita, mas um mínimo necessário de educação para um convívio social aceitável. Não importa, portanto, ser pobre ou ser rico, mas esses valores são tão elementares que dispensa maiores comentários.
Vejo essa questão como uma espécie de doença que atinge a certos grupos de jovens de classe média, pois os aparatos necessários custam caro. E ainda, por imposição legal, há certas restrições para a venda dos produtos usados. E isso tem que ser driblado.
Essa doença, vejo como uma necessidade doentia de auto-afirmação anonimamente perante a sociedade, mas explicitamente perante os colegas da prática incomum.
Remédio para isso, eu acredito que só existe o preventivo, salvo melhor juízo, pois quem, praticante desses atos, iria apresentar-se a um terapeuta para curar-se do mal?
Como pretenso poeta, ouso dizer: Se um mal não me alcança, E nem tampouco a toda vizinhança, preocupar-me com ele cansa!
Abraços,
Bande