O QUE HÁ DE NOVO?
Cheguei à conclusão de que sou movida por duas partes contrastantes – amor e desamor. Não que não saiba amar, pelo contrário, mas minhas fantasias amorosas são de pouca duração. Com a devida licença do físico, Blaise Pascal, ouso afirmar que meu coração tem estranhas razões, que a razão de minha prudência, desconhece.
Um dia choro, diante de situação incômoda; no outro, posso amanhecer sorrindo de nada, de mim mesma, talvez. Contrastes de comportamento podem parecer banais, para uns, e de suma importância, para outros. Os sentimentos ambíguos que me afligem, porventura, são a minha rede de proteção, onde eu me escondo das certezas absolutas.
Não sou nenhuma fonte de convicção a respeito de nada. Sou, antes, questionadora, incrédula, fiel as minhas inseguranças. A metade irresponsável em constante atrito com o siso que compõe minha essência, determina o ponto alto de minhas incertezas.
Logo, vejo-me atada a essa ambigüidade de sensações, perco-me no emaranhado de sentimentos e acabo por mergulhar em devaneios. Escondo-me nos questionamentos devassantes de minha alma indomável ensejando momento oportuno para evitar a realidade, nem sempre afável, que me abraça, sem máscaras.