Soldião Apenas

Hoje é mais um dia para eu comemorar minha tristeza. Não sei ao certo se é tristeza, ou, medo. Ou, talvez, os dois ao mesmo tempo, juntos e separados.

É enxurrada de amargura e falta de sonhos que são descarregados em meu riacho que não suporta tanto, e em tão pouco tempo. São sentimentos ruins que me deixam na má companhia da solidão.

Má, porém, a única que ao meu lado fica. A única que, talvez por ser só, assim como eu, se deixa ficar comigo e chora comigo só porque não existe motivo pra sorrir.

Não existe motivo pra nada. E meu medo é meu descarrego. É minha fraqueza, contudo, se faz minha fortaleza onde escondo meus momentos e pensamentos mais sombrios, dos quais até eu próprio tenho averssão.

Não foi eu que inventei a solidão, mas posso dizer ao seu inventor que a utilizo com frequencia e com o maior carinho.

Muralha intransponível que, assim como o amor, a solidão é algo de que não consigo escapar, e sempre me pega de surpresa, portanto é meu fado suportá-la. Se bem que agora é minha única companhia.

Porém, ao contrário do amor, sentimento bom, esse tenho o maior prazer de sentir. Mas hoje, a solidão, é a única com a qual que posso conversar, deste modo, contra minha vontade, porém, de acordo com meu destino, troco idéias com a solidão, pois ela me suporta e não ri de mim, pois, não usará nada do que eu lhe confessar contra mim.

Fábio Pimenta
Enviado por Fábio Pimenta em 01/10/2010
Reeditado em 29/10/2012
Código do texto: T2532381
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