Falando de amor.
Falar de amor é chover no molhado. Pois se fala de amor desde tempos que não podem ser relembrados.  Como não falar desse sentimento que transforma as pessoas em seus opostos? Tudo já se falou sobre o amor. Mas nada ainda foi suficiente para explicá-lo. Fala-se e cala-se. Porque muitas vezes é o silêncio que mais fala sobre o amor.

Por amor tudo se faz. Por amor tudo se justifica. Por amor se vive e por amor se morre.  E também se mata. Sem amor ninguém vive. Mas só de amor, também não.

São muitas as formas para se falar de amor. Falam de amor os artistas em todas as suas manifestações. As manifestações da arte e as manifestações do amor. E o tema nunca se esgota. Fala de amor o homem do povo e o homem da elite. As linguagens podem ser diferentes, o sentimento não. Cientistas, filósofos, o milionário e o sem nada nos bolsos. O crente e o descrente. Não há quem não fale, fala até o envergonhado, o sem jeito, o destrambelhado. Eu falo de amor e você também. Nós todos falamos, de um jeito ou de outro.

Se temos asas, é o amor que nos dá. E é com essas asas que voamos para o mundo da fantasia.. Para o amor tudo é possível.Mas, o amor ao mesmo tempo que liberta,  escraviza. Nos faz servos e senhores. Os ouvidos são surdos quando se fala  o que parece ser contra o amor. Mas isso não pode ser esquecido: há o amor que eleva e o amor que reduz o ser amante a menos que nada. É preciso escolher, escolher sempre entre essas formas de amor. Quem escolhe a forma rastejante está perdido, sempre estará á sombra, nunca será sol. Quem escolhe a forma que eleva está salvo. Livre para voar, livre para criar. Livre para amar.Mas como escolher se o amor sempre pega de jeito de um jeito que deixa tudo de pernas para o ar?

Amam os que são iguais e os que são diferentes. O côncavo e o convexo. Ama o feio e o belo, o novo e o velho. Não existem regras para os sentimentos embora possa haver para os envolvimentos.

Todos os amores são bem vindos. Mas o maior de todos os amores deve ser o amor a si próprio porque é esse amor que propicia o amor sadio ao  outro. Quem não se ama não se respeita. Quem não se respeita também não sabe respeitar o outro. Quem não sabe respeitar não sabe amar. Utiliza em suas relações um arremedo do amor. Um amor cambeta. Um amor que não vale a pena ter. Nem falar sobre ele.