Lânguida

Estás comigo desde a minha concepção.

Lânguida, mostras sutilmente tua beleza

apenas para quem a deseje e dispense algum

tempo a admirar tuas qualidades.

Entretanto quando te fazes presente és arrebatadora

e voraz, as vezes bestial.

*E sabes também chamar o escolhido pelo nome e, com calma, conduzí-lo por caminhos venturosos.

Desde pequeno me rodeias com tuas propostas e me chamas

para teu lado. Por diversas vezes quase me seduziste, resisti.

Amante da lua e da noite te vestes de rosa bem claro para disfarçar

tuas verdadeiras intenções.

Tua boca pequena e timidamente lilás nos propõe indagações que jamais irás responder até que aceitemos o teu curioso convite*.

Tua pele alva, glacial, teus olhos de profundo negro, assim

como teus cabelos, atraem os incautos para seu doce réquiem.

Teu balé envolve, inebria e nos leva, aos campos de paz.

Queres abraçar o mundo de uma só vez, mas contenta em estender tua mão esquálida ao próximo.

Ah! Como são sutis teus enganos, doces mentiras.

Prometes alívio ao desejado, porém só espalhas mais dor

aos que acordam contigo.

Sei que um dia me jogarás contra a parede e não mais

poderei fugir de tua presença, neste jogo eu sou a presa.

Apenas te peço uma coisa, somente me deixes viver em paz e feliz

até a última página desta *história.

Elias F Mourão
Enviado por Elias F Mourão em 30/09/2010
Reeditado em 09/10/2015
Código do texto: T2528893
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