Coração Solitário
Uma sequência para Coração Solitário de Bernard Gontier
Fundo musical – Fulgáss de Marina Lima e Antônio Cícero.
* A música é linda mas é um engano pensar que alguém possa ser responsável pelo mundo de outro. Uma ajudinha aqui, outra ali, mas é só. Meu mundo sou eu quem faço não importa que os poetas digam o contrário e depositem no outro a responsabilidade pela própria vida. ((“meu mundo é você quem faz)
* Coração Solitário. No fundo todos os corações são solitários mesmo aqueles que de uma forma ou outra se sentem acompanhados. De repente bate uma compreensão que vem do mais profundo eu e a gente percebe que está sozinho (a). Mas bem me lembro de uma história...
-Éramos amigas eu com meus doze treze anos. Ela, talvez uns vinte, no máximo, talvez nem tanto. Estudávamos juntas no mesmo internato, vinda de cidades diferentes.. Ela, vivia uma paixão e de repente seu coração ficou solitário. Então, encontrou outro, nas páginas de uma revista contrabandeada para dentro do internato . Eu costumava trocar meu talento escrevinhador por outras atividades sem graça. E então teve início uma grande troca de correspondência que se avolumava semana após semana. Eu fazia os rascunhos, ela copiava e uma terceira cedia o endereço... Até o dia que descobrimos: o cara era um presidiário... Tantos corações solitários sendo machucados por esse detalhezinho tão pequeno e infame... Eu não sei como acabou a história, no ano seguinte ela não voltou para o colégio, tinha se formado e eu fui estudar em outra cidade, mas de vez em quando ainda me lembro das emoções envolvidas.
* Santo de Casa não faz milagres. Ou Santo não faz milagres em casa?
* Impressiona pela quantidade os corações solitários. Supõe-se que a maioria tenha endereço comprovado e está em dias com as obrigações eleitorais e vai sair de casa para votar na Mulher. Nem vai escolher entre uma e outra, já está determinado, vai votar na de passado nebuloso e presente mais ainda. Uma pergunta: se todos fossem recolhidos em um estádio de futebol ou em uma Plaza de Toros, quantos sairiam dali menos solitários?
* Quando se vive em uma bolha é até possível pensar que nada de mal vai nos alcançar. Até a bolha estourar...Então, o segredo está, não em ignorar essa bolha de felicidade que ocorre em nossas vidas mas estar pronto para enfrentar o estouro. Afinal, o mal é banal portanto coisas más acontecem conosco também. Assim como coisas boas. (“só vou te contar um segredo./Não,não..nada de mau nos alcança)
.*Zarastruta com suas falas fez muita gente ficar famosa, alguns nas letras ,como Nietzshe e outras na música como Richard Strauss e Deodato mas eu só posso mesmo é contar com as falas de meu filósofo preferido, Lybnitz Kaeh que concluiu que Deus não está morto e é a única esperança para os corações solitários. (Assim falava Zarastutra)
* Nas bancas nenhuma novidade, só o temor de que possamos a voltar a ter receitas culinárias em vez de notícias e que Julinho da Adelaide ressuscite. Espero que pelo menos as receitas sejam testadas. Assim vou poder convidar meus vizinhos para o almoço de domingo.
* As faixas sempre suscitam opinões diferentes de acordo com o ponto de vista de quem lê podem ser até antagônicas. Por aqui uma faixa na porta de uma escola dizia: Violência Sexual – Aulas Teoricas e Praticas foi lida de duas maneiras: uma considerando-se que para quem sabe ler um pingo é letra, a outra, ao pé da letra. No caso o pingo era Combatendo a:
*Haja solidão! Mas a solidão com saneamento básico é bem melhor do que sem. Lendo um livro sobre a India, o I do BrIc, a imagem dos indianos acocorados a beira das linhas férreas para fazer suas necessidade de eliminação básicas fez com que eu pensasse: Lá eu não vou, de jeito nenhum.
* Para noites de frio pode se arranjar um bom cobertor, mas para dias sem dia eu fiquei realmente em um impasse, no caso metafórico. Porque dias sem dia só nos polos quando um dia dura o tempo de uma noite, mas só existe um dia e uma noite por ano. O que é muito tempo para passar dormindo ou acordada.(Então venha me dizer o que será de minha vida sem você. Noites de frio...dias não há...)
* Pois o mundo que vivemos não é muito diferente do mundo de Sellers em Muito Além do Jardim. Cada vez mais nos sentimos ilhados das verdadeiras relações humanas entocados com nossos aparelhos de Tv e computadores, nosso mundo virtual que por alguns momentos fazem nossos corações se sentirem menos solitários.
* Música. Tenho medo de sua força.
*Ah, se pudéssemos fazer um país, mas não consigo mais manter meus braços abertos. (você me abre seus braços e a gente faz um país)
* Em 24 de setembro de 1910, um dia pra frente ou pra trás um professor negro chamado José Luís de Mesquita fundou a Corporação Musical Euterpe Operária. Hoje ele é nome de escola e tem um busto junto a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Teria isso diminuido a solidão em seu coração?
(obs: começou como um simples comentário, que extrapolando o espaço virou isso aqui.Chamei-o de crônica mas continua sendo um comentário.)
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Uma sequência para Coração Solitário de Bernard Gontier
Fundo musical – Fulgáss de Marina Lima e Antônio Cícero.
* A música é linda mas é um engano pensar que alguém possa ser responsável pelo mundo de outro. Uma ajudinha aqui, outra ali, mas é só. Meu mundo sou eu quem faço não importa que os poetas digam o contrário e depositem no outro a responsabilidade pela própria vida. ((“meu mundo é você quem faz)
* Coração Solitário. No fundo todos os corações são solitários mesmo aqueles que de uma forma ou outra se sentem acompanhados. De repente bate uma compreensão que vem do mais profundo eu e a gente percebe que está sozinho (a). Mas bem me lembro de uma história...
-Éramos amigas eu com meus doze treze anos. Ela, talvez uns vinte, no máximo, talvez nem tanto. Estudávamos juntas no mesmo internato, vinda de cidades diferentes.. Ela, vivia uma paixão e de repente seu coração ficou solitário. Então, encontrou outro, nas páginas de uma revista contrabandeada para dentro do internato . Eu costumava trocar meu talento escrevinhador por outras atividades sem graça. E então teve início uma grande troca de correspondência que se avolumava semana após semana. Eu fazia os rascunhos, ela copiava e uma terceira cedia o endereço... Até o dia que descobrimos: o cara era um presidiário... Tantos corações solitários sendo machucados por esse detalhezinho tão pequeno e infame... Eu não sei como acabou a história, no ano seguinte ela não voltou para o colégio, tinha se formado e eu fui estudar em outra cidade, mas de vez em quando ainda me lembro das emoções envolvidas.
* Santo de Casa não faz milagres. Ou Santo não faz milagres em casa?
* Impressiona pela quantidade os corações solitários. Supõe-se que a maioria tenha endereço comprovado e está em dias com as obrigações eleitorais e vai sair de casa para votar na Mulher. Nem vai escolher entre uma e outra, já está determinado, vai votar na de passado nebuloso e presente mais ainda. Uma pergunta: se todos fossem recolhidos em um estádio de futebol ou em uma Plaza de Toros, quantos sairiam dali menos solitários?
* Quando se vive em uma bolha é até possível pensar que nada de mal vai nos alcançar. Até a bolha estourar...Então, o segredo está, não em ignorar essa bolha de felicidade que ocorre em nossas vidas mas estar pronto para enfrentar o estouro. Afinal, o mal é banal portanto coisas más acontecem conosco também. Assim como coisas boas. (“só vou te contar um segredo./Não,não..nada de mau nos alcança)
.*Zarastruta com suas falas fez muita gente ficar famosa, alguns nas letras ,como Nietzshe e outras na música como Richard Strauss e Deodato mas eu só posso mesmo é contar com as falas de meu filósofo preferido, Lybnitz Kaeh que concluiu que Deus não está morto e é a única esperança para os corações solitários. (Assim falava Zarastutra)
* Nas bancas nenhuma novidade, só o temor de que possamos a voltar a ter receitas culinárias em vez de notícias e que Julinho da Adelaide ressuscite. Espero que pelo menos as receitas sejam testadas. Assim vou poder convidar meus vizinhos para o almoço de domingo.
* As faixas sempre suscitam opinões diferentes de acordo com o ponto de vista de quem lê podem ser até antagônicas. Por aqui uma faixa na porta de uma escola dizia: Violência Sexual – Aulas Teoricas e Praticas foi lida de duas maneiras: uma considerando-se que para quem sabe ler um pingo é letra, a outra, ao pé da letra. No caso o pingo era Combatendo a:
*Haja solidão! Mas a solidão com saneamento básico é bem melhor do que sem. Lendo um livro sobre a India, o I do BrIc, a imagem dos indianos acocorados a beira das linhas férreas para fazer suas necessidade de eliminação básicas fez com que eu pensasse: Lá eu não vou, de jeito nenhum.
* Para noites de frio pode se arranjar um bom cobertor, mas para dias sem dia eu fiquei realmente em um impasse, no caso metafórico. Porque dias sem dia só nos polos quando um dia dura o tempo de uma noite, mas só existe um dia e uma noite por ano. O que é muito tempo para passar dormindo ou acordada.(Então venha me dizer o que será de minha vida sem você. Noites de frio...dias não há...)
* Pois o mundo que vivemos não é muito diferente do mundo de Sellers em Muito Além do Jardim. Cada vez mais nos sentimos ilhados das verdadeiras relações humanas entocados com nossos aparelhos de Tv e computadores, nosso mundo virtual que por alguns momentos fazem nossos corações se sentirem menos solitários.
* Música. Tenho medo de sua força.
*Ah, se pudéssemos fazer um país, mas não consigo mais manter meus braços abertos. (você me abre seus braços e a gente faz um país)
* Em 24 de setembro de 1910, um dia pra frente ou pra trás um professor negro chamado José Luís de Mesquita fundou a Corporação Musical Euterpe Operária. Hoje ele é nome de escola e tem um busto junto a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Teria isso diminuido a solidão em seu coração?
(obs: começou como um simples comentário, que extrapolando o espaço virou isso aqui.Chamei-o de crônica mas continua sendo um comentário.)
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