Minha Burrice Mutável

Eu sou uma pessoa intensa,

meus dizeres são incompletos, e meus pensamentos ninguém pensa.

Minhas poesias não são poéticas, tampouco, proféticas. Mas eu vivo sem pensar e penso sempre em mudar.

Pois mais vale a burrice mutável do que o gênio que não imutável.

Meus sentimentos são sinceros, e quando quero, meus dedos até que se movem de maneira errada só para escrever algo de bom. Ou de ruim. Só para aliviar minhas idéias mal acabadas, pensamentos de idéias já pensadas!

Não sou medíocre, e não tenho pensamentos asnáticos. Meu lado genioso é burro, e minha parte imbecil se torna genial, só para me fazer feliz. Feliz, não sei por que, tampouco, para que!

Talvez, para satisfazer minhas vontades infinitamente finitas, e para apodrecer minha consciência. Não tenho consciência.

Vivo, incessantemente, querendo viver, querendo sempre mais, procurando encontrar a felicidade entranhada em minha alma. Alma que já perdi. Perdida, em algum lugar esquecida.

Desculpem-me pelo meu desabafo, quando bebo, sou pior que meretriz, quando sã sou pior que todos, sendo melhor a cada manhã.

Penso em mudar, mas deixo sempre para depois, vivo o amanhã. E meu presente, que nem é tão presente assim, esqueço e rio. Rio que não é tão profundo, mas deixa marcas.

Escrevo coisas que não sei e sonho sonhos que já sonhei. Mas, acima de tudo, até mesmo de mim mesmo, vivo. Vivo mudando, pois a única verdade imutável é aquela que sempre muda.

Mudança. Constante Mudança.

Fábio Pimenta
Enviado por Fábio Pimenta em 23/09/2010
Reeditado em 30/10/2012
Código do texto: T2514881
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