Óculos. Para Dilma. Para o Brasil - óculos, minha gente!...
Óculos. Para Dilma. Para o Brasil - óculos, minha gente!...
Óculos. Tenho pensado que boa parte dos problemas do país e da nação não se resolvem por causa da falta de bons óculos.
Vejam que desgraça: Dona Erenice usava aros de grife, mas não tinha bons óculos. Resultado: não viu o sobrinho sair dos limites e, cair no pantanal de Brasília.
E agora, mais um infortúnio: por questão de estética e eleições, Dona Dilma deixou de usar os conhecidos óculos de armação oval e, declara que não viu nada do que aconteceu com Dona Erenice, sua indicada para sucedê-la na Casa Civil da Presidência da República. E é crível, pois se tivesse visto, é impossível que tivesse deixado o que aconteceu à pupila.
Agora, sabemos: dona Erenice foi dando corda ao seu rebento curioso, enquanto certamente se esfalfava em esforços em favor da nação (por que, ela bem disse de si, que era muito honesta, pia e, cristã). Quando se recordou do perigo, saiu à cata do rebento e, por causa das más lentes e da má hora, se estabacou do concreto do Palácio do Planalto até o pântano, juntando-se ao filho no infortúnio.
E aí, sucedeu que, Dona Dilma, sem óculos para ler os jornais, não pôde saber do que aconteceu e, pelo menos, dar uma força à boa amiga num momento difícil. Acontece. Mas, claro, por falta de óculos. Boa armação ela tinha. Cara. Da hora!
Óculos, minha gente. E oculistas à mancheia. Para toda a elite do governo federal. Para toda a nação. Muitos óculos. E oculistas. E armações. Muitas armações. De todas as formas e modelos. Iguais às de Lula. Iguais às de Erenice. Para todos os fins. E para todos os bolsos.
Vejam o caso do presidente da república: ele mesmo confessa que nem lê. Mas, com certeza, tem um bom par de óculos. Tá certo que é uma armaçãozinha pequenina, que lhe dá um ar finório, quando se serve delas para decoração do rosto. Mas, com certeza serve aos propósitos - pois, ninguém pode negar que o mandatário da nação enxerga muito bem e vê longe - agora mesmo, a despeito do interesse intelectual, está de olho na liberdade de imprensa...
Óculos, minha gente. Um país se faz com homens e livros. Depois da construção já adiantada, muita gente acha que eles (os homens e os livros) nem são mais necessários.
Tudo bem. Mas, sem óculos, não dá.
Uns acham que os nossos problemas são de natureza histórica. Outros acham que tem há ver com antropologia, os astros e por aí, vai. Eu encafifei que todos as nossas doideiras e impasses tem há ver com os óculos – ou a falta deles.
Dona Dilma deu uma bola fora, nesse lance de Erenice. Mas, claro, só os que usam óculos corretamente entenderam a coisa...