Rede "Grobo" de Telealienação
Após assistir o documentário “Além do cidadão Kane” (o qual Roberto Marinho impediu a entrada no Brasil por meios jurídicos questionáveis e abertamente corruptos), produzido pela Rede BBC de Televisão e ler o texto de Eugênio Bucci - Ainda sob o signo da Globo, não há como negar os fatos que mostram o “lado negro” desta emissora.
Tanto o documentário, quanto o texto são bastante esclarecedores e intrigantes, no que diz respeito à manipulação da informação e na fabricação de “verdades” de acordo com o interesse da Globo.
É lamentável saber que a mais assistida rede nacional de telecomunicação desinforma a população, confunde, bajula o governo e omite a verdade!
Sabemos que o carro chefe da programação da globo são as telenovelas e que elas foram imprescindíveis na criação do hábito brasileiro de ver TV, assim como são os produtos de maior audiência da televisão brasileira.
Logo, acabam gerando um poder de influencia enorme, capaz de levar o indivíduo a não fazer nenhum compromisso no horário de sua exibição e ser uma potente formadora de opinião.
E o mais intrigante de tudo isso é que as pessoas se deixam influenciar pelos comportamentos desses personagens da ficção. Antes a novela imitava a vida. Atualmente, a vida imita a novela, criando assim um conflito entre fantasia e realidade.
Analisar a qualidade e a competência da rede globo em termos técnicos é indiscutível, porém no quesito qualidade de programação, ela peca e muito, não bastasse o horário nobre estar repleto de novelas, ainda existem programas que servem quase que exclusivamente para promovê-las (vídeo show, por exemplo), como também é bastante comum nos depararmos com alguns debates sobre as novelas, ou até mesmo os conflitos de uma personagem, abordados de tal forma que chegam a parecer que estão discutindo sobre algo real (vide Domingão do Faustão).
Isso acaba gerando uma certa inquietação por meio dos telespectadores, uma necessidade de saber se “fulano” vai se casar com “fulana”, ou vai acabar ficando com a “outra”, passando assim a dar uma importância tão grande ao conflito dos personagens da novela que chega a ser assustador e muitas vezes os espectadores acabam confundindo a vida pessoal do ator ou atriz com a da personagem. Inclusive já é até comum que atores que interpretam Vilões em novelas sofram certo tipo de represália por intermédio do publico, que por sua vez se sente contrariado, revoltado pelas ações da personagem, vindo a acontecerem até casos de agressões físicas aos atores, por conta das pessoas não saberem mais distinguir ficção de realidade.
Quanto à interferência da emissora nos processos eleitorais brasileiros, notamos o abuso do poder exacerbado, de acordo com seus interesses e no posicionamento político de seus aliados.
Na época em que o governo civil estava no poder, um amplo movimento se alastrou por todo o país, exigindo que o próximo presidente fosse eleito pelo povo, através de eleições diretas.
"Um, dois, três, quatro, cinco mil, queremos eleger o presidente do Brasil." Essa era a reivindicação de milhões de brasileiros e essa frase se tornou o jargão das Diretas Já.
A princípio a TV Globo ignorou o movimento, mas na medida em que havia meio milhão de pessoas nas ruas de São Paulo ela tinha que dizer algo, mesmo que tendencioso., não poderia mais abafar.
A Rede Globo aproveitou então, para mostrar a manifestação “maquiada” como um dia de festa em São Paulo. Como se fosse uma comemoração aos seus 430 anos... Enquanto a Globo continuava a promover esta visão bastante distorcida das manifestações populares, imagens de cinegrafistas amadores mostravam mais de um milhão de pessoas pelo Brasil exigindo eleições diretas.
As eleições Presidenciais de 1989 foram à primeira eleição direta após o regime militar, tendo Fernando Collor de Mello e Luis Inácio Lula da Silva como os principais candidatos. Mas o que mais marcou nessas eleições foi o fato de ter sido uma das mais graves e escandalosas fraudes políticas da história do Brasil.
A globo, através dos seus telejornais, fizeram campanha em prol de Fernando Collor de Mello durante a campanha eleitoral de 1989, construindo um personagem e colocando-o na Presidência da Republica do Brasil.
Como a Rede Globo conseguiu isso? Simplesmente manipulou e editou o debate dando a Collor uma vantagem sobre Lula o levando a ganhar as eleições.
Alberico Sousa Cruz (diretor de telejornais da Rede Globo) selecionou os melhores momentos de Collor, colocando-os em confronto com os piores instantes de Lula. Foi um escândalo a 48 horas das eleições. Uma propaganda mais que subliminar, até de efeito decisivo (sem duvida alguma), para o destino da eleição.
Em 2002, 13 anos (alguma mensagem subliminar com o número do PT?), após ser derrotado por Fernando Collor, Lula se torna presidente, o inimigo da Rede Globo durante muito tempo é eleito, mas notoriamente ele já não era mais o mesmo Lula de 1989.
Atualmente surgiu uma polemica parecida com a de 1989: A direção da Rede Globo retirou do ar a propaganda promocional pelos 45 anos da emissora, após dirigentes do PT identificarem semelhança com símbolos e frases da campanha de José Serra. Interpretando assim como um lance subliminar usado pela emissora.
Um detalhe curioso é de que essa vinheta dos 45 anos foi ao ar entre a noite de 18 de abril e à tarde de 19 de Abril de 2010. A globo alegou que o texto da vinheta foi elaborado em novembro de 2009, ou seja, ainda não haviam nenhum pré- candidato oficial. Mas, será mesmo que a emissora não teve a intenção de ser tendenciosa?
Diante do domínio e influência que a globo tem na formação das opiniões da população brasileira, particularmente, eu duvido muito.