SENHOR, SENHOR, POR QUE ME DESAMPARASTE?
"Apesar dos meus gritos, minha prece não te alcança! De dia eu grito, meu Deus, e não me respondes. Grito de noite, e não fazes caso de mim". (SALMO 22)
Conforme as teorias religiosas a presença do sofrimento é necessária para evolução humana. lembro-me de uma máxima que dizia mais ou menos assim: “água barrenta, encima da montanha, durante a descida vai se batendo, machucando-se toda, mas quando chega lá embaixo, está purificada, transparente e potável”. Lindo e confortante, entretanto, quem vive uma situação de dor, sabe que não fácil suportar os flagelos que a vida impõe.
Há diversas formas de sofrimento, todavia, uma forma aflige a todos, ou seja, a presença de doenças. Morbidades de todos os tipos, contudo, A DOENÇA MENTAL tem chamado atenção, visto ser cercada de preconceitos e apesar dos esforços da ciência, ainda continua incompreendida. Infelizmente, na cultura ocidental, o indivíduo com problemas mentais é motivo de “chacota”, sendo volta meia, ridicularizado em programas humorísticos. Uma lástima, principalmente para quem tem algum ente querido nessa triste situação.
Conheço alguém portador de distúrbios mentais. Pessoa inteligente, com nível superior, trabalhadora e honesta. Contudo, apresenta distúrbios de comportamento em decorrência de uma doença mental. O problema é crônico, volta e meia, leva essa determinada pessoa a ter crises bastante desagradáveis. Perdeu seu marido e a maioria dos amigos. Atualmente, mora com o pai, uma senhor com mais de oitenta anos de idade, que vê sua filha querida padecer de uma doença incurável. Ele, católico convicto, muito humilde, reza todos os dias para que Deus tenha piedade dele e de sua "menina". Infelizmente, as evidências apontam para outra direção, mesmo assim, recusa-se a admitir, não vê-lo curada um dia...!
Tomei a liberdade em tocar nesse assunto tão delicado. Desinteressante para alguns, presumo. No entanto, para muitos, tenho certeza, pode servir de alento, visto também, passar por problemas semelhantes. Ademais, tenho percebido entre os freqüentadores do RECANTO, pessoas íntegras, solidárias, incentivadoras e discretas. Quem sabe, todas essas pessoas juntas, possam apontar para um novo enfrentamento desse poderoso mal, que aflige milhões de pessoas em todo mundo.