Tempos de Crise
Em toda parte do mundo os governantes são eleitos ou empossados para não cumprirem os compromissos com o povo que os escolheu (ou de alguma forma colaborou para que fossem empossados). Nos USA vimos o Bush mandando jovens (que jamais voltaram ou voltaram inutilizados) para as guerras no Afeganistão ou no Iraque ou em qualquer parte do mundo, o que não deve ter agradado a muitos pais. Aqui no Brasil vimos o Lula defendendo a maldita CPMF até quando pode, apesar de ter sido favorável à sua extinção, enquanto candidato. Só para dar dois exemplos bobos. Tá na cara que essa democracia que vivemos – que etimologicamente significa o governo exercido pelo povo – está longe de corresponder aos anseios de qualquer população sob esse regime. Ela precisa ser aperfeiçoada. Um remédio que poderia dar certo seria atribuir plebiscitos a questões importantes, de modo a que o povo tivesse efetivamente mais poder. O outro seria o de arranjarmos um jeito de desentronizarmos a importância que tem quaisquer mandatos eletivos, pelo menos no Brasil. Seria importante e justo fazer com que a vida dos governantes/parlamentares/juízes (pessoas com alta concentração de poder) não tivesse uma relevância tão elevadamente maior que a nossa. Qual a relevância que tem – a não ser para o próprio ou seus entes queridos – a vida de um carpinteiro ou a de um professor universitário? No entanto, dificilmente um outro presidente terá a pompa que teve a posse do Obama. O que não impedirá o novo empossado de tentar chegar perto.
Em suma, políticos, governantes, juízes, etc. são algo como reis e príncipes. Ou papas, que necessariamente se colocam nas alturas, isto é, bem longe do povo. Tais como as torres das igrejas. Daí as distorções que frequentemente observamos. Como essa de inventarem uma crise econômica de dimensões globalizantes. Que na verdade só existe ou afeta o povo, as pessoas comuns. O que eles desejam de fato é o socorro de poderosas instituições financeiras, sempre de braços dados com governantes, políticos, parlamentares, juízes e, por extensão, o clero (e vice-cersa), etc.
Rio, 14/04/2009
N.A. Hoje, 09/09/2010, não se fala mais em crise econômica. Fala-se apenas em eleições.