O  CALOR . . .

Um calor pesado, espesso, pegajoso chegou-nos esta manhã vindo de não sei onde. Que lá mais para o Norte os dias têm sido como este que agora nos visita e por isso depreendo que de lá veio. Lisboa arde e fumega para não falar em mais nenhuma localidade.

O céu está carregado e levantou-se um vento quente. A sensação é que se abriram as portas a um grande forno já preparado para assar uma rês inteira!

Ontem à tarde, o mar era prata fundida antes de ser ouro fundido ao pôr-do-sol! Que cores as do céu e mar! Que lindas! Vermelhos, laranjas e laivozinhos de azul e verde! Gostava de saber pintá-las para as guardar melhor porque a memória é má guardadora... A mim acontece-me ir à gaveta das memórias e, de cada vez que lá vou, elas são ligeiramente diferentes. Há pormenores que se diluem e que eu tento refazer... Ah! Eu não sou diferente... Isto acontece a todos, certamente!
Teresa Lacerda
Enviado por Teresa Lacerda em 01/09/2010
Código do texto: T2471687
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