UM DEDO DE PROSA
Papo vai papo vem, além de ser bom e prazeroso com uma desconhecida, perguntei:
- De onde você é? – com minha calma.
- Ora, venho lá dos “artos” de Minas Gerais “sôôr”! – ela exclamativamente arrastando cada palavra.
- “Mai” olha só menina, sou do interior do estado “donde” a cana verdinha prevalece, São Paulo, terra boa e produtiva como a sua minera – eu com a voz que só um bom sertanejo do fundo de um ranchinho sabe fazer.
- Sou Nutricionista, e você? – ela curiosa.
- Sou formado em ADM – Administração – e pós graduando em Recursos humanos – eu respondendo rápido, mas preciso.
- O que você procura? – ela ainda tentando entender.
- Alguém que possa me dar um pouco de conhecimento, mesmo que através desta – eu tentando ser franco.
- Como assim? Você acha que vai conseguir? – ela.
- Bem, normalmente quero apenas ter boas coisas, além de poder repassar algo de bom pra alguém, mesmo que eu não a veja. E sendo sincero, encontrei apenas você aqui, pois todos os outros ou tentaram se passar por pessoas que não são ou tentaram ficar nus a minha frente – minha definição.
- Mas aqui você somente verá gente assim, nada além disso. É o que a máquina ira lhe proporcionar, nada mais – ela dizendo a verdade.
Sala de bate papo é assim mesmo, nada além do que gente se mostrando e tentando seu minuto de fama, algo que eu realmente não aprecio, mas também não abomino, pois já vi que algo de estranho e bizarro você ira encontrar.
Perguntei-me o porquê de entrar naquela sala, da qual pessoas entre 20 a 30 anos estão, conversando uma com as outras, procurando algo que carnalmente não encontraram. Esse algo pelo menos para mim não foi preocupação alguma, mas para alguns poucos é de muito, uma boa alternativa de se relacionar com o mundo lá fora. Penso que é uma maneira tão impune de se ter gente por perto, pois por mais que tente, não terá o olhar sincero de um humano, o que ganhas apenas, são as mãos sujas com dedos inaptos a um dialogo labial. Onde já se viu você não ter o prazer encantador de ouvir uma melodia vocal dizendo:
- Venho de lá das bandas “donde” os “minuanos” uivam ao amanhecer de um inverno brutal, além dos vales cobertos de orvalho gotificados para natureza que “arrodeia” cada parte de mundão afora. Ó santo DEUS, o que aconteceste com o homem que criará? Sabem-se lá onde estão indo as coisas que nosso senhor fez pra gente. “Tomai conta das mentes que não são presenteadas com sua Luz, Pai amado”.
Como fazer, o que fazer com os mais encantadores trovadores de nossa história tão notória?
Sabe-se lá onde vamos findar ao fim de mais um século no mínimo.
OBS.:Conversa mantida com um desconhecido homem que esperava o ônibus para regressar a sua casa ao término da labuta diária.