CORAÇÕES QUE NÃO MORREM
Não poderia ter criado um cenário melhor para o amor sentido nos anos 80. Depois quando veio o amor dos anos 90 até conhecer o do novo século, eu deveria saber que este sim, pertenceria aos anos 60 ou até antes. Pois não faria parte dos sentimentos modernos aquelas sensações misteriosas e genuínas que seriam com certeza difíceis de escrever mesmo pelos que possuíssem em velhas épocas, nobres penas. Poderiam ser infantis as almas se voltasse tanto assim no tempo?!
Bom, deixa o cenário para lá e vamos ao preto e branco do que sobrou depois de todas as desavenças. Sobrou o silêncio dos que nunca foram inocentes e de tanto não ser, fugiram feito lobos assustados floresta afora. Um com o susto de estar amando e o outro com o susto de estar sendo amado. Será que o amor não existe mais em sua mais pura forma?! Por isso o susto, o medo, a fuga da partilha daquele inusitado sentimento?!
Denominando lobo I e lobo II evito a descriminação dos sexos. Não quero que ninguém pinte um João como um vilão e uma Maria como uma vítima ou vice versa. Vou falar é de um coração que grita: Cale-se! Não diga nada de amor! Mas poxa vida! Como proibir um ser apaixonado de declarar-se mesmo que em doses destiladas?! E o outro chegaria ao dia que diria: Já bebi todo o meu amor por você em desalento. Não sinto mais nada que não queiras e nem que eu queira. Estou curado, quase morto, quase apenas dormente e quase não te amo mais.
Partindo deste princípio, este texto poderia dar em uma história parecida com o filme Abraços Partidos. Uma história a mais de amor proibido com final trágico, exceto que este amor jamais se consumou para terminar em alguma tragédia de letras que fosse. O coração se partiu, partiu cheio de sede, cheio de fome, cheio de vontade. E coração assim parece que não sabe morrer. São corações que insistem em se visitar na vastidão do proibido e imaginado sonho.