Como eu me sinto III

Só recomeçando do lugar em que parei, caminho novamente só por onde nem comecei a andar. Só aquele... Aquele mesmo espaço pelo qual não me senti da outra vez.

Quando só, percebo que estou dando os mesmos passos; vejo que só tento buscar uma nova direção. Só rumo à vida. Procurando navegar por ambientes desconhecidos. Só.

Tento dirigir estes passos. Estes tropeços. Peço só o que posso. Posso só pedir? O quê? (In)Felizmente não sei.

O que será que eu quero?

Seria acordar agora? Ou seria acordar só amanhã? Assim poderia sonhar, só. Mas preciso realmente - todos necessitamos - despertar só. Então poderei saber quem realmente sou.

Posso só dessa forma enfrentar estas dores que insistem em me ferir. E, progressivamente, também vou ferindo a mesma dor. É o jeito humano de dizer "Ei, estou vivo!". E só mostrar que realmente quero e necessito me sentir com esta vida.

Esta vida...

Que só vem do nada...

Que só vai ao nada...

Que só insiste em me dizer que realmente sou este nada...

Só assim... É apenas deste jeito, quando reconheço a ausência de algo em mim mesmo, é que aprendo a ser algo. Só que - mais do que ser apenas um algo - é compreender que tenho a opção de ser alguém. E só...

Como te sentes?

Delano Almeida
Enviado por Delano Almeida em 13/08/2010
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