BRAVURA MASCULINA
“A verdadeira bravura está em chegar em casa bêbado, de madrugada, todo cheio de batom, ser recebido pela mulher com uma vassoura na mão e ainda ter peito pra perguntar: vai varrer ou vai voar?”
Várias vezes recebi por e-mail, entre outras, esta frase no meio de mensagens provocativas que exaltam a ‘bravura’ masculina. Lembro, então, da época em que nos chás de cozinha as moças recebiam um presente especial, o rolo de macarrão. Não era propriamente para abrir a massa, cortar os fiozinhos e depois apresentar uma bela macarronada recoberta com delicioso molho de tomate. Nada disso. O rolo de macarrão simbolizava a ‘arma’ que serviria de corretivo para as estripulias do marido. Não contentes, eles inventaram agora essa da vassoura! Só para, além de tudo, chamar a mulher de bruxa. E assim deixá-la mais brava ainda. Furiosa.
Pensando bem, a vassoura é melhor. Dá para atingi-lo com mais facilidade, na cabeça, nas costas, de longe, sem correr o risco de ele segurar-lhe o braço. Se tentar correr, pode fazê-lo tropeçar e já que está bêbado mesmo, ir ao chão e lá ficar espichado. De castigo. E ali passar o resto da noite sonhando...
Brincadeira à parte, na verdade a verdadeira bravura do homem é esta: sonhar! Sonhar que vai sair pra beber com os amigos, voltar de madrugada todo cheio de marcas de batom, encontrar a mulher com a vassoura na mão e ainda ter peito pra perguntar: vai varrer ou vai voar?...