Constatação: Depois da vida não há mais nada!
Calma, ainda estou vivo por aqui e escrevendo.
A constatação decorre da verificação de algo, por experiência própria da pessoa e, sendo assim, não poderia eu haver constatado a inexistência plena de alguma coisa após a morte.
Acho que ninguém o fez ainda pois, afinal estou bem vivo e desconheço alguém que tenha voltado de lá para contar como é.
Entretanto, não é demasiado afirmar que nós, simples mortais que somos, cuja condição aliás não aceitamos de forma alguma, temos a necessidade alicerçadora de acharmos que não iremos acabar de vez e para sempre, após a nossa morte.
Seríamos assim, perpétuos.
E para quê?
Isso é vaidade pura porque, inúmeras vezes, para não dizer ao longo da maioria da existência de quem quer que seja, todas as oportunidades que tivemos e temos de nos fazer úteis nós perdemos, ou por estarmos cansados, ou simplesmente por não querermos, enfim, por uma razão ou outra que queiramos ou não acaba por denegrir a possibilidade inata que nos foi concedida, apesar de termos nosso livre arbítrio, de sermos fraternos com o nosso próximo, que afinal, numa vida tão curta e cheia de desigualdades deveria ser o fator primordial da existência de cada um.
Aí sim a existência daqueles que assim procedessem estaria para sempre “perenizada” em decorrência da lembrança dos que receberam os benefícios dessas nobres ações realizadas por alguns em favor do todo. Vibrações boas são energia límpida e cristalina desprovida de toda e qualquer impureza, fato esse que, por si só, beneficiaria as futuras gerações que recebessem essas boas vibrações energéticas e delas se utilizariam, cada vez mais, também realizando novas boas ações.
Para sabermos disso com segurança não precisamos estar mortos bastando que analisemos o nosso próprio comportamento ao longo de toda a nossa curta e infrutífera existência para constatarmos que, se em vida fazemos muito pouco ou quase nada pelo nosso semelhante – o que na verdade estamos fazendo é muito mal para nós mesmos e para nosso aprimoramento pessoal enquanto vivos – uma vez que a inércia é tudo de que não necessitam os que pretendem não serem esquecidos, deveríamos agir permanentemente e de maneira incansável.
Tendo, portanto, condições de constarmos em vida as deficiências permanentes do nosso caráter enquanto seres vivos, por que e para que teremos a necessidade da continuidade da nossa existência após nossa morte?
Para nada!
Somente para, vaidosamente termos outra vez a oportunidade de nada fazer, tanto por nós mesmos, quanto pelo nosso semelhante?
O que precisamos verdadeiramente é lembrar e sermos lembrados a toda hora, que a vida que nos foi concedida não necessita de novas oportunidades para ser frutífera e profícua, razão pela qual devemos fazer tudo de bom e de bem para quem quer que seja, aqui e agora porque, certamente, não haverá um amanhã quando nos silenciarmos.
E aí acabaram-se as nossas oportunidades eternamente.