Alfabeto H8CO
Foi incrível. Rabiscou, com uma faca, três linhas na parede da sala. Ficou muito feliz. Pulou, gritou e depois correu pra falar pro avô. Desenhei um A! desenhei um A! olha, é só fazer isto. E cruzava, no chão mesmo, um H. O avô, um pouco de pressa, disse que estava perfeito. Os olhos do menino brilharam. Agora tinha que aprender o B. Perguntou pra mãe como fazia. Era só desenhar uma bola sobre a outra. Assim? É, quase isto. Mas o A eu já sei; olha. H. Isto não é A, é H. H? Sim, o A é desta maneira. Ah... E o B? o que tem de errado? 8. Parece um oito. Um número? sei fazer um número!
E ficou nisso. H8. Feliz da vida. Pegou um caderno de desenho e passou o resto do dia fazendo seu trunfo surgir no papel. Depois cansou. Queria aprender o C. Este foi fácil. Era só fazer uma bolinha e apagar metade. Pronto. Agora era H8C. Depois veio o D, que não saía de um O torto. Estressou e ficou com o O mesmo. H8CO. Que coisa. Então foi dormir. Sonhou com batatas e morangos; acordou na hora do almoço. Cheiro bom. Escovou os dentes e cuspiu no espelho. Pegou a toalha e limpou o rosto. Sorriu amarelo. Correu pra sala e olhou as três linhas. Riu. Tinha que aprender o E.